terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Aonde vamos parar?

Finalmente as férias chegaram. E eu, mais uma vez sem ter o que fazer, resolvi caminhar um pouco por aí, sem destino. O incrível é que depois de alguns minutos eu já tinha me perdido, mesmo sem ter aonde chegar. Me perdi em pensamentos que até agora não acharam uma explicação.
Será que um dia todos vão perceber o que estamos fazendo com o planeta? Não quero pagar de certinha, não tenho vocação pra isso. Mas o céu está coberto por nuvens cinzas e isso parece não significar nada pra ninguém. Catastrofes que antes pareciam nunca ser nossa preocupação estão desabrigando centenas de pessoas.
Enquanto uma ou duas pessoas se preocupam, outras milhares fingem que isso é um mau passageiro. Mas o caso é que não importa, no final, todos serão os prejudicados, independente de cor, religião ou classe social.
Mais uma vez seremos obrigados a perceber, parece-me que à força, que somos todos iguais. Vivemos todos no mesmo mundo, respiramos o mesmo ar e ainda compartilhamos os recursos do mesmo planeta. E enquanto a maioria estiver caminhando pro lado errado, é pra lá que todos iremos. Não adianta apenas perceber o erro, é preciso concertar, e concertar rápido.
As conseqüências para as atitudes desenfreadas e egoístas já estão aí, basta abrir os olhos e assistir os noticiários. O mundo pede socorro, será que você já ouviu?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008


Nenhum escolha é eterna.
Um dia eu falei sobre os meus caminhos, hoje eles já não são mais os mesmos.
Eu agora sinto saudade, mas já não é do mesmo sorriso.
Não digo que tenham sumido todas as lembranças que eu guardava dentro de mim sobre flores que eu guardei comigo. As vezes eu ainda me deparo com músicas que pareem começar a tocar do nada, como se alguém quisesse que eu lembrasse disso, mas só por lembrar. Ainda solto gritos por não saber ao certo o de onde vim. Mas eu hoje sei pra onde quero ir. Agora novos medos me tomam, medos que não me apovaram, apenas me deixam insegura. Uma insegurança que nem ao menos me impede de dizer o que tenho a dizer. São sentimentos que não alcançam o extremo e que talvez por isso não me façam mal. Eles apenas existem e me fazem sentir que as águas mudaram a direção. Talvez isso nem vá tão longe assim, ou quem sabe vá. Mas isso não me importa, porque a maneira como tudo aconteceu, a forma como o caminho se desviou, fez com que eu tivesse motivos para sentir saudade dos passos que eu dei até aqui, os meus primeiros passos nesse novo caminho. Mesmo que tudo acabe agora, minhas atuais lembranças já tem um lugar reservado dentro de mim.
" Eu só penso em você, só penso em você, só penso em você..."

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Mesmo com incertezas

Saber a hora exata de parar!!

;)

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O mundo é o mesmo


Acontecem coisas que por mais que tentemos explicar continuarão sem explicação. Como existirão pessoas que por mais que a gente tente esquecer continuarão sendo inesquecíveis. Pessoas que de alguma forma te ensinaram alguma coisa. Pessoas que te deram um pouco delas, e ajudaram a construir quem você é agora. Mas elas passam, o que não significa que elas precisam ser esquecidas, pelo contrário, elas passaram, mas merecem ser lembradas, pelas coisas maravilhosas que deixou com você. São momentos que escolheu passar com você. Foram milhares de sorrisos que dedicou única e exclusivamente a você. É como se tivesse mesmo que aparecer alguém pra lembrar você qual é a sua importância. Alguém pra te explicar que as coisas podem ser maravilhosas se você confiar em alguém que confie em você. Se você aceitar essa relação de troca, fechar os olhos e permitir que a experiência lhe transforme e lhe traga maturidade. Porque cada lágrima que um dia eu deixei cair, me fez aprender que os meus sorrisos são muito mais valiosos do que eu imaginei. Porque eu aprendi que não importa se uma pessoa te decepciona, ela sempre merece uma segunda chance. A gente pode achar que não tem nada a oferecer, mas quando nos permitimos amar de verdade a gente vê o quanto mudamos o outro e o quanto há de nós nele. Nascem coisas que só os dois são capazes de explicar, surgem momentos dos quais só os dois podem rir, e sempre existirão lembranças que só os dois vão guardar, independente do tempo. A alegria que alguém lhe fez encontrar sempre estará aí dentro, em algum lugar, e basta a gente “se deixar sentir”. Às vezes por medo da saudade, preferimos continuar assim, quietos, sem procurar aquilo que um dia nos fez sorrir. Mas, a saudade, só sinto do que foi bom, e se teve que passar, a única coisa que eu posso fazer é lembrar, mas lembrar sem medo, apenas com saudade. Porque as músicas sempre me dirão as mesmas coisas, os nomes sempre me trarão a mesma sensação e as flores para sempre me darão o mesmo perfume, e não adianta eu fechar os olhos, basta mudar a interpretação. O mundo é grande demais para se tornar insignificante. Eu prefiro continuar vendo os detalhes, mesmo sabendo que uma vez ou outra eles me farão chorar, mesmo tendo a consciência de que as coisas que passam já foram e não costumam voltar. Por mais que a gente tente explicar o futuro e tente acreditar que um dia as coisas se ajeitarão novamente o tempo não volta atrás, e as horas não te esperam até que se acostume a viver de uma maneira nova. É como se cada uma dessas lembranças te empurrassem agora para outras novas lembranças, como cada sinal te revelasse outro sinal, como se tuas expectativas anteriores te abrissem os olhos e revelassem que elas podem sim se concretizar, nem que seja tendo outra companhia daqui pra frente. O que temos para ser feito é tentar fazer com o mesmo vento lhe lembre outra coisa além daquilo que já ficou pra trás.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Incoerência

Eu sempre preferi me expressar em momentos de devaneios, talvez me fazendo acreditar que é exatamente nessas ocasiões que o meu eu permiti-se ser tocado, ou quem sabe, pelo menos, observado. E quiçá devido a isso eu me coloque em saia justa. Falando o que teria de ficar guardado, expondo o que nunca deveria ser desvendado. Não pelo fato de ser segredo, mas por tratar-se de algo que não foi, nem se quer, pensado. Como se eu me visse em um momento de embriaguez, seja ela qual for, onde tudo o que precisa sair desponta, sendo verdade analisada ou uma verdade passageira, algo que se mostrava real naquele momento e que depois de um certo tempo, quem sabe um dia ou dois anos, causa-me um profundo arrependimento. E como calar algo que já foi dito? Como tentar mentir sobre algo que já se foi confessado? Não sei, não saberia explicar nem mesmo aquilo que já expliquei uma vez. Porque me faço de momentos, me entrego à impulsos, que às vezes me fazem bem, mas que outras me tiram o sono por não saber como remediá-los. Por vezes eu disse coisas que não sabia existir dentro de mim. Descobri coisas tarde demais, já tentei voltar atrás, mas o caminho se fechou. Já trai minhas palavras com um simples olhar. Já nem me lembro quantas vezes deixei transparecer sentimentos que eu tentava esconder a sete chaves. Hoje, quem sabe, as coisas tenham mudado, não sei se pra pior. Hoje, eu me propago de uma maneira mais verbal. Não solto gritos por aí, apenas me encolho em um canto qualquer e deixo que as palavras cubram uma folha vazia. Não aconselharia ninguém a acreditar no que eu escrevo, pelo menos não em minhas crônicas umbiguísticas, pois sustento-me de algo mutável, algo que se renova, algo que permite-se abandonar uma idéia e logo alcançar algo mais condizente com sua atual realidade. Minhas palavras alimentam-se de pedaços meus, particularidades que permito serem públicas na esperança de que alguém me ajude a entender alguma complexidades que ainda não consegui entender. Escrevo por querer gritar, mas sei que minha voz não iria tão longe. Eu escrevo quando queria falar pra alguém em particular, mas permito-me arriscar que daqui também serei capaz de atingi-lo. Por fim faço um lembrete, só não acreditem nas palavras que aqui escrevo, assim descompromissadamente, pois se não fosse assim que espécie de jornalista seria eu?
=]

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Daqui da minha janela já não é possível ver seu rosto. O único passo que tu deste seguindo em frente me impossibilitou de continuar tendo a segurança de que a qualquer momento eu poderia gritar teu nome. O medo me tomou completamente, quando percebi que você foi e dessa vez por inteiro. Você me roubou o que ainda me trazia esperança. É como se todas as vezes que eu arrisquei dizer não meu coração soubesse que o sim chegaria mais cedo ou mais tarde. A negação veio e ficou e agora não consigo ver até que ponto ela vai. Eu me estico, tento encontrar com meus olhos o teu olhar. Eu tento fazer minha voz trazer de alguma maneira aos meus ouvidos uma resposta tua. Eu não consigo ver outra saída, meu enquadramento não me permite te perceber. Eu agora prefiro fechar os olhos e ao invés de assistir tudo de fora, parada na minha varanda, eu crio uma realidade totalmente minha onde eu novamente ocupo o lugar de protagonista. Aqui, nesse mundo recém formulado eu consigo perceber que comigo é diferente, por mais que eu tente me igualar. Não importa o quanto eu tenha medo de ser alcançada. O lugar em que me colocaste já é alto o suficiente, daqui ninguém mais me tira. Em minhas fantasias é como se nada mais mudasse o que passou e mesmo assim mudasse tudo. Muda a saudade, e não me deixa ir embora. Faz o meu tratamento continuar igual, mesmo sem poder ser como antes. São incompreensões que aqui eu consigo entender. São irrealidades que parecem ser reais para mim e alguém mais, alguém que aqui eu chamo de você.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Humanidade, é disso que eu sinto falta.
Um mundo onde as aparências gritam mais alto que a solidariedade.
Eu procuro fechar os ouvidos, mas as vozes falam mais alto.
Um bêbado caiu em frente ao caminho que faço para ir comprar linha, pelo sangue no chão, acho que se machucou. Eu vejo nos olhos da minha mãe que ela queria ajudá-lo, quando a lágrima decide deixar de lado a modéstia e correr sua face, eu percebo que realmente se ela pudesse faria algo mais. E por que lembrar só da parte que não lhe agrada? E essa tal parte nem deveria lhe incomodar. Ao beber ele prejudica somente a ele, você nem da família é. Ele nunca lhe faltou com o respeito, nunca lhe fechou a cara. Ele sempre falou com você, por mais enrolada que estivesse sua língua. Você não tem necessidade nem direito de julgá-lo. Em minha opinião o que deveria fazer é ao menos respeitá-lo. Se não quer ajudar, certo! Eu entendo, ou pelo menos tento entender. Mas não me peça pra ouvir calada suas reclamações sobre o rapaz. Um rapaz que nunca nem te chamou de feia. Um ser humano como outro qualquer que pode ter todos os defeitos que forem, mas tem coração. Que tal aprender a estender a mão quando alguém chamar por você? Que tal parar e levar em consideração o melhor lado de cada um, mesmo que esse seja mínimo. Julgue um sorriso bonito, um rosto simpático, distribua elogios e não magoe com palavras quem nunca lhe acusou de nada. Você pode ser uma pessoa ainda melhor praticando a solidariedade.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Esse assunto não se esgota !

Saudades de quando tudo era diferente. De quando parecia que o tempo não passava, as horas se estendiam e eu nem me dava conta de que o dia terminava e logo depois chegava o sol novamente. Do tempo em que eu vivia sem para pra pensar no que eu fiz ou no que esqueci de fazer. Onde não me importava com o que falava ou muito menos com os quilos a mais.
Saudades de quando você chegava na hora em que tirei pra dormir, exatamente quando o sol também decidia descansar, e sem se importar com a reação da mamãe apenas me abraçava forte. Minhas melhores lembranças são da minha infância, quando tudo o que eu tinha era o suficiente, onde rir era algo comum e a preocupação nem existia. Dos tempos em que eu não via minha mãe chorar, nem o senhor desesperado por causa do dinheiro.
Saudades de quando eu escorregava pelos seus braços por não agüentar mais de sono, saudade das galinhadas, dos almoços apimentados. Saudades das vezes em que eu me contentava com um bloco de papel que o senhor trazia do serviço. Saudade de quando eu cortava o dedo e você dava um beijinho pra sarar. Saudade de você e da mamãe, mas juntos. Eu sinto saudade da minha família, sinto falta do meu pai. Que passava um tempão fora de casa, mas que eu sabia que mais cedo ou mais tarde passaria pela porta. Como eu sinto falta dos teus cabelos cacheados e das vezes que levantou a sandália pra me bater, mesmo nunca ter tido coragem de descê-la. Eu não me importo com as lágrimas que caem no meu rosto, eu sobrevivo a isso, como sobrevivi ao fato de ver o meu único herói virar as costas e escolher outro caminho pra trilhar. Um caminho que parece ser apertado demais, nele não tem espaço pras mesmas brincadeiras, pros meus longos sorrisos, nele não caberia uma a mais. Sei que o que queria ouvir não é exatamente isso, eu deveria fazer força para continuar caminhando ao teu lado. Eu deveria ter força para continuar indo em frente, tentando descobrir quais seriam minhas próximas saudades. Eu deveria entender que o tempo não volta, que eu tenho que levantar a cabeça e apenas tentar entender. Mas o senhor não me ensinou nada disso. E disso eu tenho certeza, porque cada frase já dita, cada sorriso que eu já ganhei do senhor permanece guardado dentro de mim, e por mais força que eu faça essas lembranças não saem daqui. Já faz tempo bastante, mas a minha infância ainda está aqui dentro, esperando o senhor decidir voltar pra que ela possa despertar novamente.

Consciência Social

Entrei na Universidade quando ainda tinha 17 anos. Uma experiência única e inesquecível. Logo de início, no meu primeiro semestre do curso, já me vi totalmente desesperada. A professora que ministrava uma disciplina que eu considerava inútil me passou um trabalho, exercício difícil que prometia tirar meu sono durante uns seis meses. Chegada a hora da escolha de minha dupla deparei-me com outro problema, eu não conhecia ninguém, muito menos alguém disposto a participar comigo de uma tarefa daquele nível. Mas a tortura não durou muito tempo, logo conheci Keka Gutierrez, uma amiga com quem hoje posso contar a qualquer hora. A escolha do nosso tema não foi das mais fáceis, tínhamos que optar por algo que gostávamos para então criarmos um empreendimento relacionado com aquilo.
As opções eram muitas, já as idéias não vinham com tanta facilidade. A princípio decidimos trabalhar com moda, pelo simples fato de ter uma mãe costureira. Pesquisamos e percebemos que já havia muitas coisas relacionadas com isso na internet. A Keka é intérprete e trabalhou algum tempo na TV Brasília, ela tinha contato direto com assuntos relacionados a minorias sociais.
O tema que mais encantava minha amiga era inclusão social, então ficou decidido que faríamos um site voltado exclusivamente para pessoas com algum tipo de deficiência. Fiquei apreensiva, trabalhar com moda seria muito mais prático e rápido, mas aceitei o desafio.
Por trabalhar na área, Gutierrez disponha de muito material, a única coisa que faltava para que pudéssemos por em prática nosso projeto era alguém que entendesse de site e alguma matéria falando sobre Síndrome de Down. Keka já tinha os contatos, apenas pediu para que eu conversasse com Patrícia Almeida, coordenadora do Instituto Meta Social aqui em Brasília.
Na segunda-feira decidi ir até o local marcado para entrevista, e me surpreendi completamente. Encontrei uma pessoa totalmente diferente do que imaginava. A mulher que me esperava trazia um sorriso no rosto e me recebeu muito bem. Nervosa, tratei de ir logo ao ponto perguntei como tinha surgido o Instituto, como nasceu a idéia de criá-lo. Mais uma vez fiquei admirada, Patrícia começou a me falar de um dia que tinha ido ao parque com sua filha Paula, uma amiga, a Helena, e sua filha.
As duas amigas havia decido levar suas filhas ao parque, ambas com Síndrome de Down. Ao perceber que os olhares não se desviavam das pequenas meninas as mães começaram a conversar sobre o assunto. A discriminação era clara. Para Patrícia e Helena o problema tinha de ser cortado pela raiz. O preconceito nasce da falta de informação, e foi exatamente pensando assim que as duas decidiram criar um Instituto. O Meta não atende o público de uma forma direta, ele procura espaço na mídia para a divulgação de suas campanhas, tentando conscientizar a população sobre a capacidade das pessoas com SD.
A matéria estava escrita, o trabalho rendeu bom fruto. Em dois anos de curso ainda não me deparei com outra tarefa que tenha me enriquecido tanto e tenha me dado tanto orgulho. Pois não basta saber escrever ou falar com desenvoltura, o maior bem que temos é o que está dentro de cada um. Ofereça o melhor de você, ofereça respeito.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O cansaço não me permite ver muitas das coisas que me cercam de alguma forma. É como se meus olhos fossem literalmente tapados por algo que desconheço. Não me refiro a um esgotamento físico, quem dera fosse esse o meu tipo de canseira. É algo mais subjetivo, menos compreensível, alguma coisa que me toca de repente, vem sem eu me preparar. Me canso sem enxergar o limite de onde era pra eu ter parado, vem de uma hora pra outra, e quando eu posso perceber, o estresse já me fez passar despercebida pela flor que acabou de brotar no meu jardim. Eu já fui e não pude voltar. Eu passei e não olhei pro sorriso que eu há tanto tempo aguardava. Puxei a minha mão na hora errada, virei o rosto quando deveria ter prestado atenção. Tudo isso por falta de paciência, por não saber entender que minhas relações com os outros precisam, obviamente, contar com atitudes de ambas as partes, e que cada um tem seu tempo pra tudo. Não posso sorrir esperando um sorriso em troca. E talvez, eu disse só talvez, a chave de tudo esteja aí. Fazer tudo sem esperar que em troca você ganhe uma resposta. Porque quem sabe aquele não nem tenha sido uma verdadeira negação. O egoísmo estraga tudo e nos faz cansar de algo totalmente irrelevante, algo irreal. Concordo que você tenha que pensar e você, e que tudo se resume a isso. Mas não adianta pensarmos da maneira errada. Não nos ajuda ter uma interpretação pra tudo, às vezes atrapalha. Eu não tenho tempo a perder, por isso tenha que tentar errar menos. Isso não significa me privar de arriscar, mas sim tentar insistir sempre. Buscar a resposta que lhe convém, e não enxergar o que aparenta ser. É fechar os olhos e ir além, ultrapassar o limite da lógica. É tentar entender o incompreensível. Ver o que ninguém mais vê. Duvidar do que todo mundo enxerga. É tapar os ouvidos para o resto do mundo e se concentrar na voz que vem do seu interior. É usar o seu egoísmo a teu favor!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Eu procuro um lugar pra me esconder, aonde eu me sinta segura, protegida. Do nada, sem perceber, me vejo escrevendo tudo o que morro de vontade de gritar. Tento me ocultar atrás das palavras, elas parecem não me trair. Eu falo só o que eu quero, tento te levar a perceber exatamente o que me convém. Eu te mostro as verdades e nas entrelinhas procuro declarar o que antes eu pensava ser indeclarável. São nessas linhas tortas e mal formuladas que eu tento fazer com que você converse comigo, ainda não consegui. Talvez seja normal demais, e não esteja acostumado a debater com uma simples página de internet. Eu faria o mesmo, me manteria quieta, esperando, ou não, que a covardia sumisse e que ao invés dessas palavras escritas, eu pudesse ouvi-las em pertinho do ouvido. Já tentei de outras formas, inventei histórias, procurei pretextos, mas nada me levou adiante. Continuo presa aos meus pensamentos que não conseguem se expressar de outra forma além de textos. Por isso não espero respostas, talvez seja esperar demais. Eu escrevo porque me sinto bem, quem sabe um dia o prêmio disso tudo seja você perceber que no fundo eu só queria que você me dissesse Oi.

domingo, 28 de setembro de 2008

Eu tenho um sonho


Eu me imagino em lugar diferente, com sonhos distintos,
metas dessemelhantes.
Eu apenas tento entender porque as coisas são como são,
porque ao invés de sair e fazer o que eu quero
eu tenho que ficar quieta sonhando com algo que talvez
nem aconteça. Mas meu sonho me faz feliz,
é ele que me faz sorrir, me empurra pra frente
e me faz enxergar, através da janela,
o mundo do qual eu quero fazer parte.
Já não me canso de cantar, mesmo que ninguém escute as notas saindo desafinadas. O meu medo não cala mais a minha voz. Todas as vezes que eu penso em desistir e me enfiar em algo mais fácil eu recoloco aquele filme que um dia me fez ter esperança. Esperança de seguir sabendo aonde quero chegar, de rodar e rodar e mesmo assim continuar de pé. As luzes me mostram o caminho, as pedras me deixam ainda mais forte. Eu acredito que se dessa vez não der certo eu ainda terei mais uma chance, mas alguma coisa dentro de mim me diz que um dia eu chegarei ao lugar que eu desenhei em minha mente, nem que seja só para descansar depois de toda a caminhada. Eu levo alguns sorrisos, alguns puxões de orelha. Já me fizeram desistir por um tempo, mas não tempo suficiente. O meu sonho é algo que vai, mas não se apaga de uma vez, eu sempre pude ver a luz através da fresta da porta. Eu não vou dizer que é fácil, eu nem ao menos sei se vou pelo caminho certo, mas por não conseguir fazer com que a vida espere eu encontrar o caminho, eu tracei um atalho, uma estrada alternativa, que eu acredito que mais cedo ou mais tarde me deixará no lugar certo. Eu alcançarei o meu sonho, eu viverei a canção, eu gritarei lá do alto pra quem não acreditou na força do meu coração. Já não tenho medo, pois do meu lado, eu sinto, tem Alguém muito maior.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Inutilidades


Eu me lembro de cada minuto,
Eu paro pra pensar em cada segundo.
Eu choro durante horas,
E percebo que o tempo não é capaz de apagar algo que já faz parte de mim

Eu corro pra ver se me afasto de memórias,
Eu ando tentando entender a estrada,
Eu paro tentando desvendar a saída
E percebo que nenhum caminho me afastará de você

Eu fecho os olhos para fingir que estou bem,
Eu abro os olhos e vejo o quanto estou mau,
E percebo, que abertos ou não, meus olhos sempre te enxergam.

Eu tento enganar a saudade,
Tento fugir da monotonia.
Eu tento sempre ficar perto,
Mesmo sabendo que nossa distância já é algo concreto.

Eu tento seguir os teus passos,
Quem sabe assim também fique feliz.
Se precisar, basta olhar para trás,
Pois mesmo sem querer, estarei bem aqui.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Ele


Ele disse que hoje aparecia. Mandou recado que de hoje não
passava. Perguntou por mim, mas senti frieza. Me faltava um
Q de interesse. E eu acho que os dias que pra mim parecem
anos, as semanas que se transformam em eternidade,
pra ele não significa nada mais, além de o tempo que
se faz presente em nossas vidas desde os meus seis anos de idade. Pra ele esse tempo longe é como qualquer outro, existe, persiste.
A saudade parece não assombrá-lo com a mesma eficiência
que a mim. Se ele soubesse o quanto me faz falta. Se ele ao menos parasse pra me ouvir. Ele nunca mais me levou pra sair, nunca mais me ligou só pra dizer que me ama. Ele me pede paciência, me cobra compreensão, mas seus atos me jogam para apenas uma conclusão. Eu já tentei entender o fato de ele precisar ficar longe, mas eu não consigo achar explicação. Se nada é substituível, por que eu sinto que tem algo em meu lugar? Por que agora parece existir outra prioridade. Eu não me importaria em ser igual a ninguém, o que me incomoda é receber menos. Não digo do dinheiro, a isso eu me acostumo. Eu falo da atenção, falo dos paparicos, falo daqueles olhares que você tinha guardado só pra mim. Eu não me sinto mimada, não me acho infantil, eu só queria que tudo continuasse como antes. Porque eu acreditei quando você falou: - Não vai mudar nada! Os meus ouvidos só queriam ouvir aquilo. Eu só precisava dessa garantia. Você me disse, eu acreditei. E durante muito tempo continuei acreditando mesmo sem ter prova nenhuma. Eu continuei me contentando com o pouco. Com apenas um abraço no dia dos pais. Com um almoço no meu aniversário. Eu entendi o fato de você ter que almoçar em casa no segundo domingo do mês de agosto. Mas isso tudo me mata. Me deixa um pouco mais triste a cada dia. E você nem ao menos percebe isso. Eu tenho tanto orgulho de você, mas é como ter orgulho de alguém que não é meu. É como se falar de alguém que vive longe, alguma celebridade. Eu só grito por um pouco de atenção. Um dia só pra mim. Eu não te peço dinheiro, não te peço para que venha morar comigo. Eu quero poder sentir mais uma vez o abraço mais apertado que alguém me deu. Eu quero falar do meu dia na faculdade pra quem mais prestava atenção. Eu queria sorrir pra quem nunca soube contar piada. Eu quero jogar minhas indiretas sobre o seu quase namoro com a mamãe. Quero perguntar da minha infância, relembrar aquilo que você me falava com um baita sorriso no rosto. Eu quero poder te abraçar e te chamar de pai. Quero fazer as pazes. E quero sentir que sou sua filha, a única e eterna princesinha do papai. Eu só queria ter você, nem que fosse por uma hora, todinho pra mim, sem precisar lembrar da minha madrasta cobra, como disse o professor. Queria que por mais uma vez fossemos somente eu e você no nosso mundo feliz. Porque você é o homem que eu mais amo nesse mundo. Porque você é meu herói, meu amor, minha fortaleza. E que agora se distancia me deixando sem chão.

Qual é o problema?

Eu começo a achar que o problema está em mim. No meu excesso de atenção, na minha fixação pelos detalhes. No meu medo do passo seguinte, minha supervalorização do agora. Na minha triste mania de tentar adivinhar o futuro, o querer deduzir aquilo que eu não vejo. O fato de querer sempre a segurança. Minha preferência pelo certo ao invés do duvidoso. É por causa do meu querer estar presa a algo conhecido, sempre. É o medo de arriscar e quebrar a cara. O medo de caminhar e depois querer voltar atrás. O perceber que nem sempre o caminho me oferece a ré. É o entender que mesmo que eu tenha uma segunda chance não saberia aproveitá-la, pelo meu orgulho sempre falar mais alto. É o querer está sempre certa, querer sempre o sim ao invés do não. É o não saber entender o talvez. É a minha falta de paciência pra viver uma coisa de cada vez, a minha falta de calma, a minha excessiva rapidez. É o querer atropelar tudo, agarrar o mundo. Minhas crises de riso fora de hora, meus ataques de euforia. É o querer culpar o inocente. O querer me fazer de vitima. É o perceber tudo isso e mesmo assim continuar parada, ilesa.

sábado, 30 de agosto de 2008

Já tentei achar explicações pra tudo o que me deixa inquieta. O que me tira a paciência de olhar pro nada. Aquilo que me ocorre de repente e faz meu coração bater apertado. São coisas que me deixam estranha, com medo, assustada. Bagunças que ocupam minha cabeça e me tiram horas de sono. Bobagens que me fazem ficar pensativa, que me cobram uma atenção. E por às vezes não achá-la, por muitas vezes eu não conseguir entender, eu apenas choro. Eu deixo a lágrima descer, agora ela parece limpar minha face, lavar minhas angustias. E quando para, quando os soluços somem por completo, eu volto a me sentir em paz. Talvez eu tenha mesmo essa certa necessidade de chorar, com ou sem motivo, apenas chorar. Sentar e perceber que está tudo bem e deixar a felicidade se manifestar com um choro compulsivo, por pura alegria. Ou me desesperar por está tudo caminhando pro lado errado. Perceber que gritar não está adiantando nada. Choro pelo simples fato de existir, e perceber as cobranças que isso me impõe. São exigências que eu não consigo cumprir, são regras que eu nunca gostei de seguir. Eu não consigo prestar atenção só na minha vida, enquanto percebo que existem tantas pessoas ligadas a ela. Todas elas influenciam de alguma maneira no sentido pelo qual meu barco segue. São opiniões, são comparações. Comparações que eu mesma, infelizmente, faço. Eu aprendi a me conter, ou pelo menos, reter esses detalhes. Não pretendo mostrar minhas fraquezas, mas quando entro em contato com o outro já não percebo outra saída. Quando eu paro pra prestar atenção no que disse, verbalmente ou não, já é tarde demais. Eu me vejo entregue a situações embaraçosas, a pessoas que nem sempre souberam lidar direito com o fato de eu estar totalmente instável, esperando para que alguém me coloque de volta no eixo, ou o tire totalmente de mim. Eu torço para que as coisas tomem uma posição, para que eu possa me sacudir e perceber que não tenho mais tempo a perder com medos, com limitações que nunca fizeram sentido. Eu apenas sento e espero que alguém me mostre a realidade, seja ela inventada ou não. Eu quero compartilhar isso com alguém, sair do meu mundinho fechado, onde só aceito o que parece ser seguro. Onde eu tento me esconder do perigo, onde percebo que me enganei em meus julgamentos. Eu queria poder ter mesmo o controle da perfeição. Mas isso já se mostrou impossível. Agora o que faço é ficar aqui, imaginando como tudo seria se um dia eu parasse de me assustar com coisas que nem aconteceram. Eu tento idealizar o dia em que eu perceberei que o sofrimento faz parte do crescimento e seguirei consciente, sem mais deixar que a maré me leve. Eu pretendo quebrar barreiras, nadar contra a correnteza. Eu queria que eu deixasse de sonhar.

domingo, 24 de agosto de 2008

Apenas sonhar

Mais uma noite de sonhos estranhos. Vejo o dia amanhecer e mesmo assim não preguei os olhos. Sonho assim mesmo, acordada. Eu penso em quem me faz rir, não só as longas gargalhadas, mas aqueles leves sorrisos que deixo escapar, sem nem, ao menos, me dar conta. Sorrisos em uma cara de boba. Imagino os lugares por onde caminhei, sonho com as coisas que não fiz. E se me faz sorrir assim de novo, me ganha. Afinal me apego mais rápido do que gostaria, e não enjoou com a mesma facilidade que você. Assim, me vejo presa a alguém que me tocou porque sentia algo e que se distancia sem nem, ao menos, me avisar. Fico perdida em planos que criei com a pura fantasia. Me apego a detalhes que tirei de onde não caberiam. Uma frase sua, mal interpretada, me dá um dia de alegria. Suas palavras frias me tiram o sono. Alguém que se acostuma com pouco, mesmo cobrando muito. Que enxerga longe, mesmo me apegando tanto ao agora. Eu corro e volto atrás em um piscar de olhos. A decisão é algo que me falta, coisa com que topei raras vezes na vida. Eu me controlo para permanecer algum tempo aqui, retida, sentindo o tempo passar. Privando-me um pouco do mundo lá fora. De algo que me reserva questões que não estou pronta para resolver. A vida me cobra respostas, respostas rápidas e nem sempre fascinantes. E eu por tentar caprichar, por procurar o perfeito, acabo quebrando a cara. Por me permitir passar um tempo sozinha, eu aprendi que às vezes precisamos dar a vida respostas simples e óbvias. Dar à questão, exatamente a resposta que ela procurava. Inventar.. deixemos para outras ocasiões, que não mecham com sentimentos. Para eles eu apenas me permito arriscar, mas arriscar coisas que façam sentido, pelo menos pro coração. Já não tento me fazer de difícil, já descobri que essa opção nem sempre dá certo. Prefiro deixar meus sentimentos a mostra, jogar limpo. Assim poderei afirmar, ao final, que a minha parte eu fiz.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Refúgio

Eu começo, sem saber bem aonde quero chegar. Eu jogo a pedra e onde ela cair eu me darei por satisfeita. Já não posso mais me contentar com tentativas, frustradas, de descobrir o futuro, adivinhar o obscuro. Enquanto observo, no meu canto, atitudes estranhas, eu percebo que talvez o bizarro seja eu. Enquanto julgam minha aparente covardia, param e percebem onde está o covarde da história. Por medo de se aproximar, as pessoas avaliam costumes, para mim normais, para eles, muitas vezes, inequívocos. Como se o toque, algo que me faz tão bem, de alguma forma fosse te despir totalmente, e mostrar ao mundo o que você guardava só para si. Como se um contato, por menor que seja, fosse te deixar seqüelas para a vida inteira. Escutar um não de alguém que não conhece é algo que se torna comum com o amadurecimento. Diria eu, que é algo inevitável. O convívio é imprescindível, e se é assim, porque não quando arriscar quando tem vontade? Por que não ir um pouco mais além do que a coragem determina? Por que não deixar que seus ouvidos se tapem, e dessa vez por algo nobre? O tentar e não conseguir deixa marcas muito menos profundas do que as que o temor de se entregar. Se entregar a um convite de quem te chama para tomar sorvete, ou de um amigo que quer conversar, de alguém que tenta se aproximar porque te achou interessante, de uma pessoa que quer te pedir perdão. Talvez a maneira como o compasso do mundo gira atualmente tenha um pouco a ver com a ansiedade que percebo, daqui da minha varanda, nos olhos das pessoas. E a lua que hoje parece estar mais bela, não ocupa a direção de nenhum desses olhares. Eu não percebo, daqui de onde estou, nenhum leve sinal de apresso pela natureza, ou nenhuma preocupação com as coisas simples da vida. Talvez por isso eu me sinta a estranha. Por perceber que fui a única que gastou ontem uns vinte minutos do meu dia observando as formigas. Que na hora da novela fui pra rede observar estrelas caindo. Eu que no momento procuro não me preocupar com as broncas de amanhã, ou com as gordurinhas que todos apontam em mim. Esse horário, de parar e prestar atenção em minha respiração, de perceber que, finalmente, ela se acalma nessa semana. Não percebo só as coisas bonitas que tem ao meu redor, essa seria uma tarefa difícil, teria que educar meu olhar para pequenas coisas, mínimos detalhes. Aqueles que antigamente nem eram percebíveis para mim. Agora eles se deparam e se diferem dentro da minha cabeça. Se diferem de uma outra parte do mundo que nunca precisei fazer esforço para perceber. Dela eu não preciso falar, todos conhecem muito bem, nos acompanha já há algum tempo. E apesar da tentativa, mais uma vez frustrada, os sentidos não conseguem ignorar o lado ruim desse mundo doente. Bombardeado de notícias ruins. De guerras desnecessárias. De caracteres duvidosos. Coisas que, apesar de não parecer, todos conhecem bem. Mas prefiro não estragar meu refúgio. Meu momento íntimo, de pura reflexão. Onde tudo o que importa é fazer com que eu tenha um momento de paz dentro de mim. Um momento de percepção, de observação, de silêncio. Onde eu me torno mãe e filha. Eu me aconselho. Eu e minhas idéias dialogando. É aqui que deixo saírem todos os meus medos, que procuro enfrentá-los, entende-los. Onde eu tento me achar, me inventar, me descobrir, redescobrir. Afinal é tão bom poder mudar de idéia. Perceber que o atalho era errado. Enxergar que os valores não eram corretos. É tão bom ter opinião pra mudar, uma opinião formada, pensada repensada, livre de qualquer preconceito. Procuro recordar coisas boas, enquanto percebo o céu se abrindo. Eu refaço as coisas belas do meu dia, mentalmente revivo cada bom momento. Cada longa conversa, as risadas exageradas, o dialogo em hora errada. Saio daqui mais experiente, mais madura. Eu vejo que complicamos coisas simples, talvez por medo da felicidade que elas nos trarão. E agora vocês perguntam, quem teria medo da felicidade? E eu só posso afirmar que o receio não é quanto a presença dela, mas sim quanto a falta que sentiremos se um dia ela precisar partir.

domingo, 17 de agosto de 2008

Um dia

E quem nunca quis fazer parte de um mundo que não é seu?
Quem nunca quis, pelo menos por um minuto, estar no lugar de outra pessoa?
Quem nunca quis confundir o mundo real com a fantasia,
Esquecer os problemas,
Caminhar, sem medo, pela madrugada?
Quem nunca quis beijar um amigo ou esbofetear um inimigo?
Quem nunca disse gostar do que não gostava ou fingiu não gostar de quem realmente amava?Quem nunca falou mal de ninguém por despeito?

Eu já perdi noites me imaginando em outra vida.
Já fiquei uma vida imaginando como ela seria diferente se naquela noite ela tivesse perdoado.
Eu já agradeci coisas ruins que aconteceram pra me fazer crescer.
Já implorei para a maré de má sorte mudar.
Eu já passei inúmeras vezes, pela fase: Cansei!
Já tive vontade de gritar pra todo mundo ouvir: Eu sou feliz.
Eu já quis, e ainda quero fazer parte de outra realidade.
Quero subir na vida,
Quero encontrar um amor de verdade,
Quero sair noite a fora sem medo nenhum,
Quero fazer tudo o que eu sempre sonhei e no final dizer que tudo valeu à pena.
Eu quero poder passar horas no telefone falando abobrinha,
Quero não reclamar das contas do final do mês.
Eu quero sempre poder falar que ainda tenho amigos de verdade.
E quero que a minha mulher maravilha esteja ao meu lado quando todos os meus sonhos se tornarem realidade.
Eu quero dar mais orgulhos pro meu pai.
Quero que ele perceba que a vida é só uma e que ele tem que ver o que vale a pena.
Eu quero sentir menos raiva, cantar mais, sorrir mais, beijar mais, imaginar menos.
Eu quero ser feliz sem me preocupar com o que vão falar de mim.
Quero chegar à casa da vovó e dizer que ela pode me pedir o que quiser.
Quero vê-la na primeira fila no dia da minha formatura.
Eu quero viver, e quero que a vida tenha muito a me oferecer.
Quero que o amanhã seja melhor do que o hoje, sempre.
E quero que o meu futuro não deixe nada a desejar.
Eu aguardo a felicidade, como um pássaro que deseja a liberdade.
Eu quero ser capaz de eternizar o meu grito: Eu sou feliz!

Quero passear com o cachorro pela praia.
Quero encontrar motivos para sorrir toda hora.
Quero sempre poder perceber a lua.
Quero poder sentir o perfume das rosas.
Eu quero dar valor as coisas mais simples da vida.

Eu quero ter preocupação social.
Quero fazer a diferença.
Quero que sintam minha presença, e percebam minha ausência.
Eu quero conseguir com que enxerguem o que nunca pararm para olhar.

Não preciso que nada faça sentido,
eu quero viver sem jamais perder os sentidos.
Quero acordar cheia de coisas para fazer.
E ir dormir com a consciência tranquila por ter cumprido minha metas.

Eu quero ser alguém,
mas não um simples alguém,
Eu quero ser o alguém que sempre sonhei ser.
Com grandes qualidades,
alguns defeitos,
muitas manias e cheia, muito cheia de alegrias!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Não está tudo bem

Eu deixo as palavras saírem naturalmente.
Eu deixo meu espírito colocar pra fora tudo aquilo que me machuca.
Eu rezo para que as lágrimas parem de cair com tanta facilidade,
Mas quando desisto eu apenas deixo que elas lavem minha face,
Na esperança de que levem embora toda a magoa que tudo isso me casou.
Eu fecho os olhos e deixo que os meus pensamentos me mostrem um caminho melhor
Mas nada muda.

Tudo é em vão.
Não importa o tempo que eu passe chorando,

Aquelas crianças continuam no mesmo lugar.
Eu sinto como se ninguém as visse ali.
Eu vejo pessoas jogando dinheiro fora por coisas totalmente fúteis,
E nem percebem que enquanto isso um ser inocente, que ainda nem teve a chance de ver o mundo, revira seu lixo procurando algo pra comer.
Ninguém percebe que enquanto reclamamos de coisas totalmente bobas existe gente se matando por não ter o que comer.
Enquanto reclamamos da nossa casa pequena, outros dividem um espaço mínimo com ratos que mais parecem gatos.
Eu não entendo, eu não consigo entender.
Eu apenas fecho os meus olhos e rezo baixinho para que isso um dia melhore.
Eu queria fazer mais, mas sinto como se minha voz não chegasse tão longe.
Eu queria poder tocar cada um deles e jurar que vai ficar tudo bem.
Mas alguém tapou a minha voz.

Alguém jogou fora o voto de confiança que depositei nele.
Eu não me importaria de ficar sem uma nova passarela, ou um novo viaduto, eu não ligaria se tivesse que pegar as mesmas vans de sempre para chegar até a escola.
Eu só queria que você, sentado nessa merda de cadeira que eu ajudei a te dar, percebesse que enquanto você faz política, enquanto você fala sem dizer nada, existem pessoas morrendo lá fora. Basta você parar de fingir que está tudo bem, abre os olhos, eles estão ao seu redor, e gritam pela sua ajuda.
Eu já não me sinto no direito de reclamar.

Não do meu sapato que ta apertado, não da conta do celular que está atrasada, nem do computador que queimou a fonte.
E se hoje estudo tenha a certeza que é para um dia ajudar a construir um mundo melhor.

Parece ingênuo, ou pura demagogia, mas é difícil abrir os olhos pra essa realidade tão desigual e continuar vivendo como se fosse tudo perfeito.
Existe algo além do nosso próprio umbigo.
Que tal começar a mudar o mundo?
Eles não aguentam mais chorar!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O mundo se mostra cada vez mais doente,
Pessoas tentam fechar os nossos olhos,
E acham que nos convencem que a desigualdade é algo irreal.
Que o preconceito é uma fantasia da cabeça de quem sofre por ele.
Como acreditar em algo, quando todos os fatos gritam para nos mostrar o contrário?
Um julga o outro pela sua cor, pelo corte do seu cabelo, pela sua opção sexual.
E é como se fossem melhores por isso.
Como se o caráter nada importasse,
Como se tua educação, teus princípios, teus sentimentos se perdessem quando teus gostos, ou tua aparência se mostra. É como se tudo isso falasse mais alto.
Eu só me pergunto cadê a maturidade de quem se diz tão esperto quando fecham os olhos pra todo esse mundo que o cerca.
Eu queria saber cadê o caráter desse ser que se julga normal, quando julgam alguém por escolhas que não o dizem respeito.
Eu queria entender como essas pessoas podem se julgar melhor, com tanta ignorância e futilidade dentro de si.
Eu queria saber pra que lutar por algo em que nem eles acreditam.
Essa tal igualdade que eles garantem procurar, mas negam ser possível.

Incoerência

Eu escrevo aquilo que tenho medo de dizer.
Escrevo quando não consigo falar.
Eu erro quando tenho medo das conseqüências do acerto.
Eu exagero, quando tenho medo de ser esquecida.
Eu esqueço, quando o medo me impede de lembrar.
Eu sonho, quando a esperança me encontra.
Eu choro, quando ela vai embora.
Eu grito, quando quero ficar quieta.
Eu danço quando o mundo gira e me faz confusa.
Eu tento pensar, mas quando vejo já é tarde demais.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Tudo ficará bem

Sempre imaginei que as estrelas tentavam me mostrar algo além do seu brilho. Eu sempre acreditei que seus olhos estão ao meu alcance e eu não preciso mais fechar os meus para vê-lo. Basta olhar pra cima e percebo que tudo isso significa mais do que aparece nos meus livros de história. Eu nunca tive medo de entender o que aconteceu. Nunca tive medo de você. Na verdade procuro respostas. Porque nesse momento, a sua presença é a maior que eu tenho. Sinto que você está ligado a tudo o que fazemos. Você sempre comparece nos almoços em família, sempre enxuga as lágrimas de quem está triste. E você escuta tudo o que te contam. E não importa o tempo que passar hoje eu sei que sempre será assim. Eu fecho os olhos e respiro, é como se o vento me dissesse alguma coisa. O sussurrar das árvores para mim é mais que um simples barulho. A foto que cai para mim é mais que um sinal. Eu não sei por que, mas sei que você tem a ver com a minha esperança. Eu sei que tem a ver com você o fato de eu acreditar que um dia tudo dará certo, que as crises vão passar. É como se agora você fosse algo ainda maior. Não uma simples estrela, não só o vento que toca o meu rosto. É como se o balançar das tuas asas derrubasse a foto e me fizesse dormir. É como se você cuidasse para que tudo no final dê certo. E eu sei que dará.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Refletir

" Os jornalistas são abutres. Não podem ver carniça. Se os que pudessem ajudar as comunidades carentes dessem um minuto de suas vidas para isso, não existiria o tráfico. Nós somos como uma doença dentro de um corpo.O tráfico é uma saída para nós. Quem não tem dinheiro para comprar um tênis, uma roupa, e tem sangue na veia, acaba entrando nessa vida. Quando os governantes se conscientizarem das desigualdades sociais talvez não exista mais o tráfico. Mas os intelectuais continuam só pensando. Os políticos, roubando. E a sociedade inteligente sempre em silêncio."
( Marcinho VP)
Parte do livro abusado, O dono do morro dona Marta. De Caco Barcellos.
E por que não pensar nisso?

sábado, 5 de julho de 2008

Take my heart - Tradução

Tudo ficará bem
Você disseAmanhã
Não chore
Não derrame uma lágrima
Quando acordar
Ainda estarei aqui
Quando acordar
Combateremos seus medos
E agora irei...
Pegar meu coração de volta
Deixar suas fotos no chão
Roubar de novo minhas memórias
Não posso suportar
Sequei minhas lágrimas
E agora encaro os anos
Do jeito que você me amou
Dissipou todas as lágrimas
Apenas um pouco mais de tempo foi o que precisamos
Apenas um pouco de tempo para que eu visse
A luz que a vida pode dar
Como voce pode ser livre
Então agora irei
Pegar de volta meu coração
Deixo suas fotos no chão
Roubo o passado da lembrança
Não posso suportar
Sequei minhas lágrimas
E agora encaro os anos
Do jeito que você me amou
Dissipou todas as lágrimas

Música do filme Antes que termine o dia.
Jennifer Love Hewitt

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Depende de você

Deixa eu te ensinar o que eu aprendi com você durante todo esse tempo.
Deixa eu te mostrar que isso valeria à pena.
Feche os olhos e deixe eu te levar para onde tudo ficará bem.
Finja que não há mais ninguém, além de nós dois, e viva como se você pudesse ser sempre assim.
Deixe que eu lhe prove que a mentira não te levará a nada, e que esse caminho não é o certo para você.
Deixe-me curar toda a dor que você tem dentro do peito.
Confia em mim, me diga o que lhe aflige e permita que eu te ajude a superar.
Deita aqui, se quiser eu canto pra você dormir.
Não tenha medo, eu sei que ficará tudo bem.

O seu medo não nos afastará.
Basta que você confie em mim, feche os olhos, eu estarei sempre aqui.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

The Pogues - Love You Till The End - Tradução

Eu apenas quero te ver
Quando você estiver sozinho.
Eu apenas quero
Poder te abraçar.
Se eu puder,
Eu apenas quero estar contigo
Quando a luz da manhã explodir
E radiar no seu rosto.
Não consigo escapar..
Te amo até o último momento.
Eu apenas quero
Poder não te dizer nada
Que você não queira ouvir.
Tudo o que eu quero
É que você me diga
Porque você não me leva
Pra onde eu nunca fui antes.
Eu sei que
Você quer ouvir minha voz,
Sentir minha respiração...
Te amo até o último momento
Eu apenas quero estar lá
Quando estivermos nos abraçando na chuva
Eu apenas quero ver você sorrindo e não chorando
Eu apenas quero sentir você quando a noite chegar
Eu estou perdido
Porque essas palavras não podem dizer tudo que eu quero falar,
Mas, Eu te amo até o fim.

Lamurias

Me dei conta que não preciso lhe dar satisfações,
Não preciso lhe contar das minhas aflições.
Eu percebi que não vale a pena me sacrificar pela sua felicidade,
Quando você nem ao menos percebe quanta falta ela me faz.
Eu aprendi que chorar faz parte, principalmente quando se ama.
Mas eu sei que isso passa, o que não vale a pena é abandonar quem sempre esteve ao meu lado.
Eu gritei com toda a minha voz, mas ela nunca atingiu os seus ouvidos.
Eu deixo você ir, sei que assim será melhor.
Eu deixo de ser a sua bonequinha, a que sempre enxugou suas lágrimas, a que sempre escutou suas lamurias e a que, calada, viu você escolher outros braços.
Infelizmente, digo-lhe que sei onde isso acabará.
Você ficará como eu, vendo o que você pensou ser seu ir para um caminho totalmente contrário.
Eu não digo que estou triste, se você hoje não é meu, eu sei que é porque mereço alguém melhor. A gente só tem o que merece, e você nunca me teve.
Mesmo eu tentando, com todas as forças, lhe mostrar que estava aqui.
Eu acredito em destino.
Isso ocupava horas de nossas conversas, e eu descobri que eu acredito em destino.
Não existem coincidências.
Passo por cada momento tentando tirar aprendizados disso.
Um dia ainda nos veremos novamente, e eu serei obrigada a lhe dizer que sua hora já passou.
A minha fase de criança acabou, não com muita velocidade, e só Deus sabe como eu agradeço por isso.
Mas agora é hora de descobrir novas coisas, descolar novos amores e aprender a reparar detalhes que fogem da minha visão.
Obrigada por me fazer perceber que você nunca me mereceu.

Medo

Medo de esperar e nada acontecer.
Medo de te ter e medo de esquecer.
Medo de não alcançar, medo de não vencer.
Eu tenho medo de tentar e medo de me perder.
Eu tenho medo do tempo, que passa e me deixa aqui.
Eu tenho medo de acabar e eu nada conseguir.
Eu tenho medo de me entregar, e tenho medo agir.
Eu tenho medo de sofrer e medo de te deixar ir.
Tenho medo de sorrir demais,
Tenho medo de falar demais, medo de chorar sem parar,
Medo de ninguém me escutar,
Eu tenho medo do que os outros vão achar,
Tenho medo de ir e me machucar.
Mas o meu maior medo é que eu não viva, por conta de tantos medos.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Aprendendo a caminhar

A cada novo passo,
Uma nova descoberta,
Um novo aprendizado,
Uma nova pessoa.
A cada novo aprendizado,
Uma nova alegria,
Uma nova vida,
Um melhor caminho.


Love Will Show You Everything (tradução)

Hoje, hoje apostei minha vida
Você não faz idéia
Do que sinto por dentro
Não tenha medo de demonstrar
Pois nunca saberá
Se não deixar sair
Eu te amo Você me ama
Aceite este presente e não pergunte o porquê
Pois se você me permitir
Vou pegar o que te assusta
E guardar lá dentro
E se me perguntar porque...
Estou com você
E porque nunca te deixarei
Deixe O amor vai te mostrar tudo
Um dia, quando a juventude for só uma memória
Sei que você estará ao meu lado
Eu te amo Você me ama
Aceite este presente e não pergunte o porquê
Pois se você me permitir...Vou pegar o que te assusta
E guardar lá dentro
E se me perguntar porque...
Estou com você
E porque nunca te deixarei
Deixe
Meu amor vai te mostrar tudo
Meu amor vai te mostrar tudo
Meu amor vai te mostrar tudo
Nosso amor vai nos mostrar tudo

Jennifer Love Hewitt

Descobertas

Em só minuto a gente percebe toda uma história.
E uma fração de segundos percebe-se erros, desvendamos segredos, descobrimos valores, redescobrimos alegrias.
Em um mínimo espaço de tempo a gente aprende novas coisas e decidimos futuros. Em um segundo tudo muda, e o que antes eu achava que não aconteceria passa a ser meu presente, o meu futuro, a minha vida. E eu vejo que esperar nem sempre é pior caminho, a surpresa sempre existirá, e eu quero apreciá-la. Eu vivo o que eu tenho agora e deixo que cada novo centímetro do caminho me mostre o que há de bom, o que há de aproveitável. Eu de uma hora pra outra, sem muito esforço descubro que tudo nos fortalece e que cada coisa é única e não volta mais. Eu já perdi aquele sorriso, eu já chorei por aquela pessoa e ela não voltará. Mas eu sei que ainda virão outras alegrias, virão outros amores, talvez o melhor deles. Se não estou feliz por inteiro ainda é porque ainda tenho pelo que lutar. Os meus sonhos continuam guardados, a esperança continua em meu ser. As flores ainda me parecem as mesmas e minhas tardes ainda são cansativas, mas eu sei que eu ainda conquistarei o meu lugar, mas sem me esquecer de tudo aquilo que passei. Eu saberei dar valor às amizades que conquistei e que me ajudaram a passar por todos aqueles dias difíceis. Eu saberei agradecer por cada momento que me tornou uma pessoa diferente, diferente de todos aqueles que eu tanto critiquei. Eu tenho meus valores, eu conheço o meu lugar. Eu vivo de objetivos que eu ainda irei alcançar. Eu cumprirei todas as minhas promessas, e então direi a mim mesma que tudo valeu a pena. Eu ainda viverei da maneira que eu sempre sonhei. Um sonho assim é feito para se realizar.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Engano

Todas as minhas canções foram suas, mas um dia a gente aprende que não vale a pena doar-se a quem nunca percebeu. E eu aprendi, da pior maneira, que devemos ser egoístas às vezes. Devemos chorar deixar escorregar pela nossa face aquela lágrima que se escondia, nem que seja só por uma vez. E assim eu poderei dizer que eu vivi. Fiz o que eu deveria fazer, eu sorri quando eu queria sorrir, te falei sempre o que eu sentia, mesmo às vezes não me compreendendo eu lhe enviei todos os meus desejos. Da minha maneira eu senti ao extremo, eu gritei, quando era essa minha vontade. Sempre procurei lhe contar a verdade, mesmo sabendo que isso não lhe deixaria satisfeito. Mas eu fiz tudo o que achei certo, e o resultado só é a resposta para todas as minhas perguntas. Você nunca percebeu meus detalhes, nunca valorizou meus maiores valores, nunca compreendeu o que para mim era o mais importante. E, sim, essa é minha resposta. Tudo só me mostrou, incansavelmente, que isso não é o certo para mim, você nunca foi o certo para mim. Eu demorei a perceber, mas as repostas mais preciosas demoram a aparecer. Sempre lhe falei de conseqüências, e elas me trouxeram ao caminho certo. Eu ainda aguardo o meu jardim, e nele não terá a tão bonita margarida, eu aguardo as sementes da pessoa certa, ela saberá qual é e qual sempre foi a minha flor preferida.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Fantasmas

Conflitos ocupam minha cabeça. O que era o certo, agora se perde. Aonde eu enxergava esperança, hoje não vejo nada, além de ilusão. Eu queria ser forte e não chorar. Mas cada lugar me traz histórias que eu não queria lembrar. Eu espero por um beijo que eu sei, não terei mais.
Eu fico em silêncio e espero ouvir sua voz, mas os gritos foram criados pela minha cabeça. Eu durmo me esforçando para não esquecer tudo o que vivemos. Mesmo rezando para que um dia tudo saia da minha cabeça. Eu queria para sempre esquecer até o que foi bom, ou, principalmente, elas. E com a vida aprendi que a saudade não tem tradução.
Eu sinto raiva por tudo o que eu passei, por cada lágrima que, em vão, eu derramei. Mas minha maior raiva é não conseguir odiar você. Ou nem apenas te esquecer. Minha raiva é procurar, sem resultados, a indiferença. E quando eu acho que acabou, quando parece fazer sentido toda a nossa distância, tudo aparece novamente. E como um sopro, as memórias reaparecem. Eu vejo fantasmas perto de mim. Fantasmas do que fomos um dia.
Agora tudo se faz presente, mais uma vez, a mão fria quando escuto sua voz, o coração que bate apertado por saber que nada disso tem futuro. E nem deveria. Eu sei que isso será apenas suposição, todos os meus planos, minhas idéias, minhas esperanças.
No fundo eu continuo vivendo uma história, mais uma vez, inventada por mim.Mas, infelizmente, o final não está mais em minhas mãos. Eu achei que seria fácil fechar os olhos para você, e assim perceber o mundo aqui fora. Mas eu hoje sei que nunca deveria tê-los aberto, e percebido que aquilo não era o certo.
As palavras me faltam, e nada é suficiente. O medo de falar me apavora. Agora meu maior remédio tem que ser controlado, escrever tem seus pecados. Eu preciso esconder tudo isso, mas eu sinto não conseguir fazê-lo muito bem.
Sinto ter sido essa a última vez que pude escutá-lo. De onde tirei isso? Eu não sei explicar, meu coração sussurrou-me esse segredo.
Eu percebo que não percebeu, mas ainda havia um buraquinho por eu deixava escapar a luz. Mas você preferiu partir, e não aproveitar mais uma chance. Como sempre desconfiei você não tem tanta habilidade, mas vai lá, tente, não é tão complicado como parece. Eu lhe envio todos os sinais. Decifre-me.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Saudade

Eu sinto a sua falta mesmo não tendo do que lembrar. Penso como a minha vida teria sido diferente se você ainda pudesse estar aqui. Mas você precisou ir. E deixou, em todos, uma grande saudade.
Às vezes converso contigo e mesmo não tendo tua resposta sei que me escuta. O seu rosto ficou gravado em minha memória, não sei como. E é como se você, mais que qualquer outro, estivesse aqui o tempo todo. Me vendo chorar, me escutando rezar e re reclamar, e me vendo falar de você. Parece que agora sua presença é ainda mais precisa, é como se eu estivesse sendo acompanhada o tempo todo, ao atravessar a rua, quando penso que estou sozinha em casa, quando canto como louca no telefone e, principalmente, quando o vento toca o meu rosto, não sei explicar, mas é tudo tão real. Páro e penso o quanto não deve gostar de algumas coisas que deixo escapar, às vezes, quando estou sozinha.
Só escuto coisas boas sobre você, e talvez, o meu maior desejo seja ter te conhecido.Te imagino assistindo TV, e falando tão bem de quem tu amas. Te imagino brincando com o cão e com a mamãe. Eu tento imaginar sua voz, quando a colocou no colo e disse que estava tudo bem. Eu queria ter tido a oportunidade de viver com você aqui perto de todos os que te amam. Eu queria ver tua reação ao ver o teu filho agora grande. Ao olhar, nos olhos de tua mãe, o verdadeiro orgulho que ela sente de você. Queria poder dizer que tenho um tio tipo galã, o próprio James Blunt. Eu, mesmo sem ter vivido momentos ao seu lado, sinto orgulho, pelas histórias que escuto. Histórias que só mostram o homem maravilhoso que foi. Atencioso, generoso, humilde e justo.
O tempo não volta, infelizmente, ele corre e às vezes apaga o que há em nossas lembranças, mas se for possível um dia nos encontraremos e sem que eu pergunte me falará sobre o que conversamos todo esse tempo em que você estave longe, assim saberei que sempre me ouviu.
Eu queria que ainda estivesse aqui.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Análise de matéria da VIP




O produto escolhido para a análise foi uma matéria de Carla Monteiro, publicada na sessão Preliminares da revista VIP do mês de abril de 2008. O texto, de título A Melancia Encolheu! conta um pouco da trajetória de Andressa Soares que ficou conhecida como Mulher Melancia, devido suas formas exageradas. Andressa, de 19 anos, ganhou fama nacionalmente depois de dançar ao lado de Mc Creu na gravação de um DVD no Rio de Janeiro. A reportagem ainda trás um espaço que fala de algumas mulheres que conquistaram prestígio graças a formas delineadas do corpo.

Baseando-se no texto de Douglas Kellner (1995:9) é possível afirmar que a mídia participa da construção das identidades. O autor afirma que “A cultura veiculada pela mídia fornece o material que cria as identidades pelas quais os indivíduos se inserem nas sociedades (...).” A cultura midiática atua na socialização do ser, o incluindo na civilização e na cultura global. Ela tem um papel pedagogizante, que tenta educar a visão do sujeito para o que é certo e errado, positivo e negativo, moral e imoral. Os meios apresentam, inclusive, modelos daquilo que significa ser feminina ou não. Mulheres com formas definidas, cabelos compridos e lisos, são as imagens mais recorrentes nos meios de comunicação. Em revistas, como a VIP, arquétipos assim são freqüentes. A matéria analisada é mais um exemplo da padronização da figura feminina.

As celebridades apresentadas, na reportagem analisada, foram mulheres que chegaram à fama através de seus corpos. Como Rita Cadillac, Gretchen, Feiticeira e Tiazinha. Por não serem apreciadas por caráter ou personalidade, mas sim por algo provisório, logo saem da mídia e são substituídas por mulheres mais novas que continuem atendendo aos padrões de beleza, como magreza, jovialidade, cabelos lisos e etc.

Na visão da autora, Denise Jodelet (2001), a representação social é uma reconstrução do objeto, que gera a projeção e o preconceito, além de serem produtos e processos de uma atividade de apropriação da realidade exterior. Pois, as representações sociais realizam um recorte do real, selecionando o que se deve ou não ser disseminado na sociedade. A mídia aparece como condição de possibilidade e de determinação das representações. Ao escolher o que irá ser transmitido, acabam ignorando outras realidades, que começam a ser interpretados como aberrações. Quando se foge dos padrões disseminados pela mídia, os indivíduos sofrem preconceitos. O diferente incomoda.

Assim, é possível se afirmar que as representações sociais interferem na assimilação do conhecimento e na definição das identidades pessoais.

As representações sociais encontradas na matéria da Vip reafirmam a dependência da mulher em relação ao seu corpo e à natureza feminina, veiculada atualmente. Na reportagem a construção da figura feminina é desenhada em torno de assuntos relacionados à sedução, sexo e futilidades.

Aprofundando o estudo em representações e culturas midiáticas a cerca do gênero feminino, percebe-se que a representação da feminilidade é a sua própria construção e as mídias participam ativamente dessas construções.

De acordo com Louise H. Forsity,(2003) o ideal de feminilidade, ou seja, o núcleo representacional sobre as mulheres trata-se de um ideal inacessível que gera sentimentos de auto-rejeição. Mais uma vez, as características que entram em choque com o que é difundido pelas mídias, causam estranheza. Ao encontrarem estampando nas páginas de revistas, entre outros meios, apenas mulheres com uma mesma linha de beleza, uma grande parte da população acaba vendo isso como um padrão global, isso resulta em uma intensificação das diferenças.

A matéria da revista VIP não trata de interesses públicos e não defende nenhuma minoria social. Ela trata a figura feminina como um meio de lazer para os homens. As mulheres são tratadas como mercadorias de consumo, inclusive, com data de validade.

Mulher Melancia, a entrevistada na matéria, faz parte de um núcleo de mulheres que aceitam ser taxadas como burras, que só necessitam do corpo para conquistar fama. Em uma entrevista dada ao programa Nada além da verdade, exibido pelo SBT aos domingos, a assistente de palco do programa Pânico na TV, também exibido aos domingos pela emissora Rede TV, a Mulher Samambaia, personagem vivida por Danielle Souza de 26 anos, disse não se importar com o papel que faz, a assistente afirma não se incomodar quando é chamada de burra, pois é paga para isso. Isso reforça, na sociedade, a idéia de que as mulheres não têm vontade própria, estão à mercê do desejo masculino e não se preocupam com questões sócias ou políticas.Com nomes pejorativos e a sexualidade explicita, o apelo erótico em cima da imagem feminina surge às vezes em um grau elevado,o corpo passa a ser visto como objeto da mensagem.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Provas do crime


Lembranças! Sempre gostei delas, por mais tristes que fossem. Às vezes, quando não tenho nada para fazer, pego minha caixinha de recordações e a cada carta, a cada desenho, uma sensação de aprendizagem toma conta de mim. Ontem, sem sono, recorri mais uma vez aquele caixotinho, cor de rosa, onde guardo coisas que me marcarão para sempre.

Lembro que minha mãe colocava lá algumas provas que ela achava jogadas no meio da casa. Sempre briguei com ela por isso, aquele era um lugar importante para mim, não gostava que o bagunçassem. Mas naquela noite minha reação foi outra. Eu estava com um pouco mais de paciência do que nas vezes anteriores e também com curiosidade para saber o que eu escrevia nas provas da minha quinta série. Porém as perguntas daquele papel pouco me importaram naquele momento, o que me chamou a atenção ali foram algumas alterações nos números que a professora colora ao lado de cada resposta, aqueles dígitos representavam a nota de cada questão.

Eu, na minha época de escola, havia alterado as provas do crime. Com uma caneta da mesma cor que a professora havia usado para a correção da prova, transformei os zeros da folha em oitos, apenas acrescentando uma bolinha a mais no número. Fazia isso na intenção de enganar minha mãe, que faltava arrancar meus cabelos quando chegava em casa com notas baixas. A princípio, não fazia muito, eu apenas transformava a nota real da prova em um número maior. Mas depois de um certo tempo, ela desconfiou de minha tática iniciante. A partir de então resolvi mudar meu plano, para que a conta das questões desse o mesmo valor de minha falsa nota, eu fazia com que os valores que recebia em cada questão também fossem modificados, para que assim nada desse errado.

Minha mãe então contava os valores obtidos em cada pergunta e depois analisava e comparava com a nota da prova. Agora dava certo. Mas infelizmente não tinha como fazer o mesmo no boletim que vinha ao final de cada semestre, assim as palmadas vinham de seis em seis meses.

Mentiras


Mentiras! Bem contadas, quem as chamaria assim? O negócio é saber contar. Quem sou eu para dizer isso? Na verdade não sou nenhuma especialista. Sou apenas alguém que já conseguiu transformar boas mentiras em lindas verdades. Afinal tem coisas que não ficariam tão bonitas se fossem ditas, verdadeiramente, como são. Ela tem que ter lógica, não pode ter nenhum fio solto e a sua cara tem que está condizente com o fato que irá contar. É claro que tem aquelas coisas que não dão pra ser escondidas e, por isso, devem ser totalmente modificadas, mas também tem aquelas que um simples retoque já dá jeito. Porém muito mudadas ou não, por bom motivo ou não, são todas mentiras. Mesmo quando falamos que ele é lindo, mas não achamos nem o branquinho de seus olhos agradável, ou quando dizemos que só pegamos uma coxinha da bandeja, quando na verdade foi um pouco mais de uma, foi a quantidade que a palma da mão suportava esconder. Mentiras! Quem nunca recorreu a elas? Nem que tenha sido só pra mãe não brigar pela nota baixa ou só pro pai deixar você sair à noite. A verdade é que todo mundo gosta, ou precisa, utilizá-las às vezes. Só não vale abusar. Use com moderação.

Blá blá blá

Ele chega te olha com aqueles olhinhos de cão que caiu da mudança, você, sem saber o que pensar, aceita conversar. Então ele começa com historinhas do tipo “nunca me senti como me sinto com você”, “te amo” e blá blá blá, não sei se por um instinto, sem vergonha, que nos acompanha desde o berço, você perdoa. Ele parece tão sincero, não mentiria tão bem assim, e logo pra você. Pra quê, né? Passa um, passam dois, podem passar até três dias, mas ele repete e a desculpa agora ganha até frases novas, como aquelas que dizem “ eu percebi o meu erro, não o cometeria de novo” “ eu achei minha burrice”, pois bem, eu já tinha a achado um pouco antes, mas as velhas frases continuam, talvez ele queira incrementar as coisas, e você é obrigada a ouvir de novo “ te amo”. Não sei por que essa frase significa tanto, para pessoas com uma sensibilidade, assim tão.. feminina, essa seria a palavra. Então tal sentimento nos faz acreditar, ele disse que aprendeu, por que mentiria? E logo pra você! Mas quem faz uma, faz duas, três, quatro vezes, e não se dá por satisfeito. Ele sabe que no final dá a volta, e você sempre acredita em suas mentiras deslavadas.
É, eu ainda não sei qual é o motivo, mas talvez sejam os hormônios os verdadeiros culpados por dificuldades da vida feminina. Mas, felizmente, tais coisinhas, os hormônios, nos deram um dom, a discrição e, acreditem meninos, com ela fazemos milagres que, definitivamente, vocês desconhecem. Talvez, por isso, não precisamos usar tantas desculpas, chatas, que só nos dão sono.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Pai


Quando vejo essas fotos lembro-me de tua importância, de tua singularidade e de palavras que só tu me disseste.Mergulho em minhas lembranças e revivo cada noite que passávamos acordados brincando, lembro-me de nossas conversas e das vezes que em minha frente se pôs a chorar.És, de todos, o meu preferido herói. Que me ensinou a andar, a falar, me amou e, pacientemente, me ensinou a amar.Palavras nunca irão resumir a dimensão que tens em minha vida. Pois por tua causa, morro de saudades de minha infância. E juro que se eu pudesse voltaria às fraldas para tê-lo comigo de novo. Sorrindo, brincando e até apanhando em meu lugar.Apesar de cada briga ou puxão de orelha, amo demais o senhor, Pai. Mesmo quando reclama pelo tamanho do meu short, quando implica com o novo namorado, ou até quando diz que só te procuro pra pedir dinheiro, quando aquela voz atende ao telefone e pergunta quem é e quando fala o meu nome diz: grande merda! Não sabe como me faz feliz, eu sem duvidas não seria a mesma sem esses detalhes, o meu amor não seria tanto.Eu tenho a certeza que serei a eterna princesinha do papai e esse cargo ninguém me tira. Não vou negar que a saudade as vezes aperta demais, então dói. Mas sei, não só por ter repetido inúmeras vezes sem nem se preocupar com as horas, eu sei que tu me amas. E só Deus sabe como eu o amo também, e só Ele sabe o quanto me orgulho por ter como pai Fernando Alves Pereira. Eu agradeço sempre pelo amor, dedicação, atenção e paciência que a mim tu dedicaste há quase 19 anos.Sei que não é fácil, as vezes nem eu me agüento, mas ainda não terminou, mas obrigada Pai, por ser meu Pai e por me permitir tê-lo como herói.Amo-te de uma maneira única e quero sua eterna felicidade, porque só assim a minha será completa. Não importa se não te vejo todos os dias, por mais que isso me machuque, sei que essa é sua vida e tem um ovo caminho agora, mas também tenho consciência de que faço parte dele.Tudo o que tenho a falar é obrigada. Com a esperança que nessa simples palavra eu consiga expressar exatamente tudo o que sinto.Pai, eu cresci e aprendi a andar, mas saiba que ainda estou aqui se quiser brincar. Independente, do tempo, sempre vou precisar do senhor.

A primeira vez a gente nunca esquece

Ainda lembro que aquela situação muito me constrangeu, não sabia como fazer, não entendia qual seria a reação da pessoa, e o pior, as palavras quase não saiam. Mas depois que fiz a primeira pergunta, a entrevista ficou mais tranqüila. Foi um trabalho da minha aula de comunicação integrada. Uma matéria que cursei ainda no primeiro semestre. Eu ainda não estava bem certa se aquele seria mesmo a profissão que iria seguir, não compreendia se ela seria a certa para mim. A professora pediu para que cada grupo, com cerca de três alunos, criassem um empreendimento, no final do semestre teríamos que apresentar a ela como isso seria. Eu e mais uma colega decidimos criar um site jornalístico, essa página traria informações, reportagens e dicas sobre pessoas com deficiências. No site trabalharíamos com a inclusão dessas pessoas em meios de comunicação. Eu e Keka, minha companheira de trabalho, teríamos, então, que apresentar para a professora uma primeira edição de nosso site. Decidimos dividir as tarefas e ela, como tem bastante conhecimento sobre o assunto, me passou alguns contatos que eu deveria entrevistar para fazermos matérias para o site. A primeira pessoa foi uma das coordenadoras de um instituto, bem conhecido nacionalmente, que faz trabalhos com crianças com deficiências. Eu fiquei muita apreensiva, fiquei com medo da reação da entrevistada, não sabia se ela me trataria bem ou se acharia minhas perguntas coisas sem noção. Mas foi tudo contra minhas expectativas, Ana foi uma pessoa muito gentil e insistiu que se eu precisasse de algo mais poderia procurá-la sem nenhuma preocupação. Ainda hoje quando vejo nas novelas o nome da instituição falo para todos sobre a minha entrevista com a coordenadora.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Mãe


Ontem quis saber por que nunca escrevi pra você A resposta nem eu sabia qual eraMas talvez seja por que é teu todo o meu amorOu pelo menos a maior parte delePor ti nunca senti raiva, ou decepçãoTalvez um ou alguns aborrecimentos Mas a verdade é que eles sempre passam, e em alta velocidadeEles duram no máximo um dia Até eu perceber que não tem como me aborrecer com alguém que me deu a vida. E digo isso em todos os sentidos. Você me pôs no mundo, me ensinou a vê-lo, entendê-lo e enfrentá-lo, ainda hoje faz isso. Me diz quando preciso ser forte e me lembra que tenho a melhor mulher do mundo pra me ajudar ou apenas pra me proteger em seus braços.Desde o dia em que eu nasci você me deu a sua vida, e faria isso quantas vezes fosse preciso.Você me mostra todos os dias que é meu todo o seu amor. Ao fazer meu toddy, preparar meu almoço, me deitar em seus braços e me fazer dormir quando to chorando. Suas palavras me acalmam e basta pronunciar as palavras “ meu anjo” que todo o seu amor vem à tona. E quando eu cair quem irá me levantar? Quando eu tiver sono quem irá me ninar? A resposta será sempre a mesma, minha mãe. Você é tudo o que eu tenho, tudo o que eu preciso. É minha melhor amiga, a que melhor me conhece, até melhor que eu. Contigo brinco, dou risada, brigo, faço palhaçada. Você é minha vida e, talvez, por isso não precise dizer nada. Porque lhe conto tudo sempre. Você conhece minhas queixas, meus inúmeros exageros, minhas manhas, meus dengos, meus defeitos. Somos como uma. Somos a vida uma da outra. Por ti eu respiro, eu vou ao médico, eu vou à escola. A sua opinião é a que mais me importa, mesmo que às vezes ela me jogue lá pra baixo. Para mim a melhor coisa que tem é te ver bem, te fazer sorrir. Você guarda cada história da minha vida e as conta com um brilho singular. Fala de mim como se eu fosse um tesouro, e como me sinto bem quando faz isso. Eu nunca escrevi para ti, por que nunca serei capaz de explicar o que sinto por você. Nunca saberei, com palavras, explicar o que és em minha vida. Talvez a melhor palavra para fazê-lo é usar a própria palavra, vida. Resta-me dizer que você é tudo pra mim. Minha maior alegria, minha melhor companhia, o ser sem o qual eu não viveria jamais. Você é tudo o que tenho, e tudo o que eu preciso. Te amo, mais que tudo na vida, mais que tudo!

Confusão


06h40min algo começa a cantar, como já estava previsto, eu me assustei, também pudera a música não era das melhores. Acontece que nunca tinha me acontecido nada igual. Eu dormia, um sono bom e profundo, quando de repente, como se alguém me chamasse eu acordo, como seu tivessem me dito: “Ei, ta na hora!”. Eu obedeci, abri os olhos e os esfreguei um pouco para que pudesse enxergar melhor. Ao tentar me espreguiçar e esticar todo o meu corpo, meu pé bate em algo, algo que eu não sabia o que podia ser. Não me lembrava de ter deixado alguma coisa ali ao ir dormir, quando levanto, depressa e curiosa, tem um alguém sentado na beira da cama, quase para cair e outra pessoa ocupava a cadeira do meu computador, esse eu já conhecia, era um amigo de meu primo que costumava freqüentar minha casa. Minha mãe chega no quarto e como toda vez, falou: “Meu bebê acordou!”. Eu não entendia o que aqueles dois faziam ali em plena 09h00min da manhã. Aquilo não me importava, afinal eu já tinha perdido o sono mesmo, já havia acordado e nem se lembrava do meu sonho.
Nunca tive o costume de falar assim que acordo, sem, antes, escovar os dentes. Levantei da cama e fui direto para o banheiro, sem falar ou olhar para ninguém. Quando volto com o rosto lavado e os dentes limpinhos, cumprimento os garotos e percebo que o sentadão na cama, aquele que havia perturbado meu sono, não era de se jogar fora, ele começa a puxar assunto, mas aquele barulho estranho, aquele canto chato não deixava que eu o escutasse bem. Quando fecho os olhos e os abro rapidamente, não há mais ninguém no quarto, muito menos na beirada de minha cama. Com freqüência tenho a desagradável surpresa de estar vivendo em um sonho, um sonho que evapora ao abrir de meus olhos.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

O que eu precisava

Ele sempre me disse que não queria se apaixonar. Confessou-me isso quando olhava pra mim apenas com olhos de um grande amigo, que às vezes mais parecia irmão. Eu conhecia cada um de seus romances malucos, sabia o nome de cada paquera sem importância. Realmente ele tinha o jeito de quem nunca iria se apaixonar. E eu, uma menina boba, que acreditava que ficar perto e fazendo-o acreditar em mim tudo mudaria, e seria mais fácil ele olhar pra mim de uma maneira diferente. Mas aquela noite foi diferente. O relógio marcava 11h26min, eu tinha acabado de tomar banho, escovar os dentes e vestir meu pijama do Mickey que viera acompanhado por uma aconchegante pantufa preta com detalhes brancos. Eu já havia colocado o filme que eu assistiria naquela noite, mais um de tantos outros que ocupava minha cabeça nas noites de sábado. De repente tocam a campainha, eu, com medo, prefiro não atender. Então vou até a cozinha pego o interfone e com a voz tremula pergunto: - Quem é que ta aí?
A voz responde rápido.
- Sou eu amor, abre!
Ele insistia em me chamar assim, sem saber que aquilo me deixava confusa.
- Ian, o que faz aqui uma hora dessas?
- Ah eu não quero sair hoje não. Lembrei que você gosta de ficar aqui assistindo o mesmo filme mais de uma vez.
O filme daquele sábado realmente já era um pouco manjado, mas ele nunca havia assistido, não gostava disso. Falava que era perca de tempo, ainda mais quando era romance. Bobo era quem se apaixonava, na visão dele.
Eu, sem titubear, o chamei para entrar e sentar no sofá, eu já ia trazer a pipoca que estava no microondas, quentinha. Ele assistiu ao filme inteiro e no final disse que era tarde e precisava ir. Mas nem passava das 01h. Ele costumava passar muito mais tempo em sua baladinhas sem graça. Quando fui até a porta para me despedir ele encostou os seus lábios e depois se virou como se nada tivesse acontecido. Até hoje não sei o que foi aquilo, mas sei que não agüentaria aquele beijo de novo, todo o encanto se partiu e eu hoje sei que amigo é melhor continuar sendo amigo.