quinta-feira, 26 de junho de 2008

Fantasmas

Conflitos ocupam minha cabeça. O que era o certo, agora se perde. Aonde eu enxergava esperança, hoje não vejo nada, além de ilusão. Eu queria ser forte e não chorar. Mas cada lugar me traz histórias que eu não queria lembrar. Eu espero por um beijo que eu sei, não terei mais.
Eu fico em silêncio e espero ouvir sua voz, mas os gritos foram criados pela minha cabeça. Eu durmo me esforçando para não esquecer tudo o que vivemos. Mesmo rezando para que um dia tudo saia da minha cabeça. Eu queria para sempre esquecer até o que foi bom, ou, principalmente, elas. E com a vida aprendi que a saudade não tem tradução.
Eu sinto raiva por tudo o que eu passei, por cada lágrima que, em vão, eu derramei. Mas minha maior raiva é não conseguir odiar você. Ou nem apenas te esquecer. Minha raiva é procurar, sem resultados, a indiferença. E quando eu acho que acabou, quando parece fazer sentido toda a nossa distância, tudo aparece novamente. E como um sopro, as memórias reaparecem. Eu vejo fantasmas perto de mim. Fantasmas do que fomos um dia.
Agora tudo se faz presente, mais uma vez, a mão fria quando escuto sua voz, o coração que bate apertado por saber que nada disso tem futuro. E nem deveria. Eu sei que isso será apenas suposição, todos os meus planos, minhas idéias, minhas esperanças.
No fundo eu continuo vivendo uma história, mais uma vez, inventada por mim.Mas, infelizmente, o final não está mais em minhas mãos. Eu achei que seria fácil fechar os olhos para você, e assim perceber o mundo aqui fora. Mas eu hoje sei que nunca deveria tê-los aberto, e percebido que aquilo não era o certo.
As palavras me faltam, e nada é suficiente. O medo de falar me apavora. Agora meu maior remédio tem que ser controlado, escrever tem seus pecados. Eu preciso esconder tudo isso, mas eu sinto não conseguir fazê-lo muito bem.
Sinto ter sido essa a última vez que pude escutá-lo. De onde tirei isso? Eu não sei explicar, meu coração sussurrou-me esse segredo.
Eu percebo que não percebeu, mas ainda havia um buraquinho por eu deixava escapar a luz. Mas você preferiu partir, e não aproveitar mais uma chance. Como sempre desconfiei você não tem tanta habilidade, mas vai lá, tente, não é tão complicado como parece. Eu lhe envio todos os sinais. Decifre-me.

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