Como muitas outras meninas, quando criança não sabia bem o que fazer. Ou melhor, sabia sim, aos cinco anos de idade decidi que eu iria ser modelo a qualquer custo, mas com aquela barriguinha saliente, não conseguiria participar de nada. Minha mãe sempre me colocava em concursos de beleza, mas mãe é assim mesmo, pode o mundo inteiro alertá-la que sua filha não é nenhuma Gisele que elas nem dão bola, para ela somos mais, somos verdadeiras Angelinas. Isso foi exatamente o que me aconteceu. Assim que nasci minha mãe pediu para uma irmã dela ser minha madrinha, e ela adorou a idéia. As duas então juntaram as economias e compraram uma passagem para minha tia vir do Maranhão pra cá, só para batizar a nova coisinha da família. O dia tão esperado chegou, na rodoviária estava eu nos braços de outra irmã de minha mãe e um tio. O ônibus da madrinha estava chegando e ela saltou, sem nem se preocupar com a bagagem. Foi ao nosso encontro, descobriu meu rostinho, e disse desapontada para minha tia: - Vera, quem é essa bichinha feia? Só tem orelha a coitada.
Tia Vera ficou sem graça e murmurou: - É sua afilhada Ana. Essa é a Mariana.
- Ô coisinha linda meu Deus, me dá, me dá! Respondeu Ana tentando concertar o que já havia sido dito.
- Vera! Só não conte isso pra Lúcia. Falou Ana, em voz baixa.
Vera não a escutou, ou pelo menos fingiu não ter escutado, e ao chegarem em casa a primeira coisa a ser dita foi que Ana teria chamado a própria afilhada de feia. Essa história ainda é contada em todas as reuniões de família e o apelido, infelizmente, pegou. Minha madrinha ainda não me acha uma Gisele, mas pelo menos não repete mais o termo “bichinha feia” com tanta freqüência.
Tia Vera ficou sem graça e murmurou: - É sua afilhada Ana. Essa é a Mariana.
- Ô coisinha linda meu Deus, me dá, me dá! Respondeu Ana tentando concertar o que já havia sido dito.
- Vera! Só não conte isso pra Lúcia. Falou Ana, em voz baixa.
Vera não a escutou, ou pelo menos fingiu não ter escutado, e ao chegarem em casa a primeira coisa a ser dita foi que Ana teria chamado a própria afilhada de feia. Essa história ainda é contada em todas as reuniões de família e o apelido, infelizmente, pegou. Minha madrinha ainda não me acha uma Gisele, mas pelo menos não repete mais o termo “bichinha feia” com tanta freqüência.
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