domingo, 15 de maio de 2011

Poeta

Eu queria ser poeta e com uma vírgula traduzir a lágrima, com uma sílaba defender a lua, acusar o amor.
Eu queria ser poeta pra dizer sem falar, cantar sem ao menos meu lábios desgrudar.
Eu queria ser poeta e dona do que eu sinto, que às veze me toma e me faz perceber o quão pequena me torno diante da vida.
Eu queria ser poeta para ser o mar, o sol e meu coração. Queria poder voar e ver alegria na tristeza que compõe um soneto.
Queria viver da arte de criar poemas feitos da folha que toca o chão no outono, da água que molha meus pés na chuva. Me imaginar grande, bem maior que a sensação que me toma conta nos dias de frio, a solidão.
Ah, eu queria sorrir para a maré de azar que sempre me traria boas estórias. Queria tirar do cotidiano rimas coloridas, tirar do não uma contradição, do apego uma crônica, da decepção um aprendizado maior.
Eu queria ser poeta. Queria escrever a qualquer hora e tirar de cada líquido salgado que me cobre a face uma nova inspiração. Queria tirar do nada o meu tudo e ver o mundo de uma forma diferente, por ser diferente. O poeta ama quando quer amar, pois sabe " que todo grande amor só é bem grande se for triste".
Eu queria ser poeta!

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