Eu queria saber voar. Fechar os olhos, sentir o vento soprar no meu rosto, abrir os braços e, finalmente, sentir a liberdade de que tanto falam. Eu queria ter o poder de sobrevoar montanhas, observar tudo do alto e descer quando estivesse cansada. Queria ter as asas de um passarinho pequeno, que, mesmo com todo aquele ar de indefeso, tem o mundo aos seus pés. Eu queria a mesma simplicidade, a mesma beleza e a mesma força. Se eu pudesse escolher, queria também o mesmo assoviar. Com tanta naturalidade, uma musica capaz de encantar qualquer um, de qualquer lugar do mundo, o idioma, aí, é o mesmo, não há barreiras. Ah, e eu voaria só com esse meu dom de cantar. Mas eu queria que minhas asas trouxessem de volta quem está longe e não pôde voltar, quem precisou ir e não sabe como chegar, quem apenas foi, sem pretensão nenhuma de se afastar. Eu só queria ver o amanhecer de perto, enquanto sobrevôo as ondas do mar e trisco, lentamente, a água calçada. Eu queria saber voar, me atirar e ir. Sair de perto, sem desistir. Esquecer a saudade, me afastar da falta de humanidade, descansar, passear. É, seria bom. E quando eu já tivesse conhecido o mundo, montaria meu ninho e viveria o resto da vida num cantinho qualquer, embaixo de uma árvore, bebendo água fresca e escutando a água bater nas pedras perto de casa.
sexta-feira, 6 de maio de 2011
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