quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Retificação

Afinal, quem sou eu?
Sou o reflexo no espelho, ou o infinito que se perde dentro de meus próprios devaneios?
Sou quem acende a vela e observa as estrelas caindo do céu, ou sou a menina boba que não dorme sem o som da televisão?
Sou quem dança até o chão, ou quem se orgulha por apreciar melodias e letras profundas?
Quem fecha os olhos tentando parar o mundo a minha volta tentando acertar as notas no violão?
Será que eu sou quem faz tudo tentando conquistar sorrisos alheios, ou a guria que faz de tudo para provar pra si mesma que alguém gosta dela?
Sou quem chora quando percebo que o mundo parece não ter salvação e quem não agüenta mais tanta corrupção. Sou quem tenta entender a política e que quanto mais tento achar explicações mais percebo quantos defeitos tem o ser humano. Sou quem odeia cálculos, mas tenta contar. Sou quem não gosta tanto assim de pimenta, mas que tenta se acostumar com o gosto.
Sou eu que tento me adequar a uma realidade que não ta nem perto de ser a minha realidade. E eu percebo, nesse exato momento, que cada passo que eu caminhei na estrada errada, foi tentando encontrar algo nesse lugar que compensasse toda a mágoa que eu guardei dentro de mim. Eu errei tentando acertar, e agora vejo que não valeu tanto a pena assim. Enquanto eu procurava me reafirmar eu construí outra identidade que às vezes se choca com meus princípios guardados aqui dentro desde sempre. Por algum tempo todos esses valores ficaram ocultos, talvez até a hora certa, talvez ate a hora de eu perceber que o tempo é o melhor remédio pra tudo. Não adianta tentar ajudar a ferida sarar mais rápido fazendo coisas que você não faria normalmente. Isso pode ser perigoso demais e no final acaba nos trazendo preocupações ainda maiores. Antes eu tinha a razão, agora faço parte do grupo que eu sempre critiquei. E infelizmente agora percebo o poder do tempo, e vejo que não há mais tempo de corrigir o tempo que passou. É coisa demais pra ser esquecida, é erro demais pra ser inconseqüente e é diferente demais pra se tornar normal. Talvez eu tenha mesmo que perder minhas chances de ser bem sucedida na área do coração, ou talvez tudo não passe de mais uma coisa pro tempo curar. Dessa vez eu espero ele fazer o papel dele, dure o tempo que durar. Eu percebi que não vale a pena tentar viver outra vida pra esquecer nossos problemas. Toda vida tem problema. Todo problema tem seu fim. E a gente sempre volta à realidade. No final das contas, se pararmos pra fazer os cálculos, acabamos encontrando mais problemas com esse excesso de vidas a ser vividas.

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