sábado, 29 de agosto de 2009

O que eu faço

Prefiro não pecar pela falta. Prefiro não me privar da verdade. Eu prefiro continuar e ultrapassar o caminho. Ir além do que a minha coragem determina. Eu opto por fechar os olhos e caminhar rumo ao possível destino. Opto por descobrir o caminho, mesmo que ele não seja o certo. Eu escolho viver a saudade de tudo aquilo que foi bom e passou. Eu evito me arrepender do que tive medo de fazer. Eu tento não sentir receio, eu tento falar o que sinto, eu tento ser verdadeira. Eu piso sempre com cautela, mas às vezes opto por tirar os pés do chão. Eu escolho andar devagar, por já ter tido pressa. Eu me baseio no que os mais velhos me ensinaram. Eu escuto o que me faz bem. Eu fecho os olhos, tiro os sapatos, danço no ritmo da música. Eu procuro o centímetro de beleza em cada coisa. Eu tento aceitar meus defeitos. Eu já não tento mais fugir do sentimento, mas às vezes me obrigo a fazer o necessário. Eu às vezes faço o que quero, outras faço o que é melhor para mim, e outras faço o que me pedem. Eu tento amar quem me ama e me apaixono por quem nem olha pra mim. Eu corro riscos por não correr dos riscos e solto gargalhadas tentando conter meus risos. Eu me perco na canção e aí me encontro bem perto do meu coração. Eu falo o que me dá na telha, mesmo às vezes ninguém escutando. Eu conto um, dois, três e quando vejo já fiz tudo outra fez. Faço bem olhando pra quem e tento não fazer mal pra quem não sei quem é. Eu tento rir e chorar na medida certa, mesmo às vezes não conseguindo disfarçar os soluços. Eu vivo porque tenho vida e tento aproveitar cada momento porque o tempo não para.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Acreditar na gente pode ser um bom começo pra tudo na vida! ;)

Um simples beijo na mão

20h40 e o ônibus não passa. A temperatura, meus ossos avisam que é menos de 15°. Minha paciência está no limite, meus pés já cansaram de desenhar círculos no chão de terra. 20h45 e nem sinal de transporte. Observo o estilo da menina, que bem a minha frente tira um cigarro da bolsa enquanto finalmente para quieta junto à parada. O tempo parece não passar e meu corpo reclama do frio. Já perdi as contas de quantas vezes me sentei e levantei tentando arranjar uma distração. Decidi comprar um MP3, JÁ. E enquanto eu tento tirar da cabeça a besteira que fiz no final de semana vejo uma mão se estender me entregando um papel. O menino, sem nem ao menos olhar para meu rosto, se estiva para alcançar outras pessoas. Ao mesmo tempo em que eu leio atenta cada palavra de seu papel rabiscado, ele recolhe rapidamente os bilhetinhos entregues. A mensagem era clara: “Sou surdo. E tento viver dignamente. Não tenho estudos, o que dificulta mais ainda a procura por emprego. Peço a ajuda de vocês, com 50 centavos ou 1 real. Obrigada!” Em LIBRAS, pergunto se ele me entende. Sua feição muda. E um sorriso tão doce tira o lugar da tristeza estampada em seu rosto. Com uma satisfação evidente ele me conta que consegue sim entender o que digo e logo pergunta se também sou surda. Sem saber direito quais sinais usar, eu tento lhe explicar que aprendi na faculdade. Pergunto se tem família e tirando sua identidade do bolso de sua bermuda rasgada ele me mostra que veio do Maranhão. Lá, deixou toda sua família. Ele me explica que hoje dorme no chão, perto de lugares que o deixem mais quentinho. Esse tempo dificulta ainda mais sua permanência na rua. A conversa rende o possível. Me esforço para responder todas as suas perguntas e ele pacientemente me vê tentar relembrar os sinais que aprendi na aula. Quando entrego minha contribuição ele olha com espanto para as moedas e, com um dos sorrisos mais gratificantes que eu já vi, pega minha mão, encosta em seu peito e me diz claramente que Deus cuidará de mim. Seus olhos me falavam tudo e nem precisei olhar suas mãos apontarem com firmeza para cima. Ao se despedir ele tira minha mão da sua, mas antes ele se abaixa para beijá-la. E isso valeu meu dia. Me fez esquecer as broncas do trabalho e da raiva das pessoas que tentam achar um motivo em qualquer coisa para brigar. Eu esqueço do dinheiro que ta acabando e da calça cara que eu queria comprar no final do mês. Eu me culpo por não conseguir sorrir só porque alguém me chamou de gorda, enquanto ele me deu o melhor sorriso do dia por umas simples moedas e um pouco de atenção. Eu só tenho que pedir perdão por todas as vezes que menosprezei o que tenho e pedir a Deus que um dia eu possa ter mais para dar do que simples moedas. Eu acredito que um dia as pessoas vão parar pra perceber que o que importa não são quantas obras serão inauguradas, ou qual o uniforme da seleção na copa. O Brasil pede muito mais que isso. E enquanto quem tem fingir que não está acontecendo nada, tudo vai continuar assim. As pessoas continuarão vivendo na rua, se contentando em não estudar e se alimentando com os trocados que uns ou outros lhes dão. Não custa nada gastar um minuto pra dizer de qualquer maneira que seja que Basta. Não queremos mais obras. Basta não quero mais saber de jogadores que são vendidos por bilhões. Nem quero ver as novas atrizes convidadas para aparecer de gostosa na televisão. Basta de egoísmo e basta de acomodação. Eu sei que ‘se a gente quiser o mundo se ajeita’. E eu quero tanto um mundo melhor. Você não?

Retificação

Afinal, quem sou eu?
Sou o reflexo no espelho, ou o infinito que se perde dentro de meus próprios devaneios?
Sou quem acende a vela e observa as estrelas caindo do céu, ou sou a menina boba que não dorme sem o som da televisão?
Sou quem dança até o chão, ou quem se orgulha por apreciar melodias e letras profundas?
Quem fecha os olhos tentando parar o mundo a minha volta tentando acertar as notas no violão?
Será que eu sou quem faz tudo tentando conquistar sorrisos alheios, ou a guria que faz de tudo para provar pra si mesma que alguém gosta dela?
Sou quem chora quando percebo que o mundo parece não ter salvação e quem não agüenta mais tanta corrupção. Sou quem tenta entender a política e que quanto mais tento achar explicações mais percebo quantos defeitos tem o ser humano. Sou quem odeia cálculos, mas tenta contar. Sou quem não gosta tanto assim de pimenta, mas que tenta se acostumar com o gosto.
Sou eu que tento me adequar a uma realidade que não ta nem perto de ser a minha realidade. E eu percebo, nesse exato momento, que cada passo que eu caminhei na estrada errada, foi tentando encontrar algo nesse lugar que compensasse toda a mágoa que eu guardei dentro de mim. Eu errei tentando acertar, e agora vejo que não valeu tanto a pena assim. Enquanto eu procurava me reafirmar eu construí outra identidade que às vezes se choca com meus princípios guardados aqui dentro desde sempre. Por algum tempo todos esses valores ficaram ocultos, talvez até a hora certa, talvez ate a hora de eu perceber que o tempo é o melhor remédio pra tudo. Não adianta tentar ajudar a ferida sarar mais rápido fazendo coisas que você não faria normalmente. Isso pode ser perigoso demais e no final acaba nos trazendo preocupações ainda maiores. Antes eu tinha a razão, agora faço parte do grupo que eu sempre critiquei. E infelizmente agora percebo o poder do tempo, e vejo que não há mais tempo de corrigir o tempo que passou. É coisa demais pra ser esquecida, é erro demais pra ser inconseqüente e é diferente demais pra se tornar normal. Talvez eu tenha mesmo que perder minhas chances de ser bem sucedida na área do coração, ou talvez tudo não passe de mais uma coisa pro tempo curar. Dessa vez eu espero ele fazer o papel dele, dure o tempo que durar. Eu percebi que não vale a pena tentar viver outra vida pra esquecer nossos problemas. Toda vida tem problema. Todo problema tem seu fim. E a gente sempre volta à realidade. No final das contas, se pararmos pra fazer os cálculos, acabamos encontrando mais problemas com esse excesso de vidas a ser vividas.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Não precisam de forma e, muito menos, de uma ordem. Cobrem o papel com a mesma facilidade que tocam a canção, ou ouvem o coração. Sai com a facilidade da criação de uma peça e me dá o mesmo orgulho que um caso bem defendido. Não precisam fazer sentido ou simplesmente ficar bonito. Colorem a folha com os sentimentos que nem eu sabia existir. E toda a minha angústia é deixada pra trás, quando eu pego uma folha de papel em branco e com uma única cor de caneta consigo dar a ele mais que arco-íris de nuances. O que era pequeno se torna grande e o que era importante percebo que nem faz tanta diferença assim. É aqui que me vejo sozinha comigo mesma. Aqui que me sinto escutada, questionada, repreendida. É como se o mundo todo girasse pra que eu o percebesse através da minha caneta e papel. E mesmo sem querer descobri o que me deixa feliz. Mesmo com todos as minhas teimosias o destino me trouxe ao caminho certo. Escrever me deixa calma e me faz sentir que alguém, diante de todo o mundo, nesse exato momento deve estar escutando minhas particularidades. O que eu tenho vontade de contar, mas nunca tive coragem. O que eu preciso falar, mas nunca ninguém parou pra olhar.

domingo, 16 de agosto de 2009

Globo X Record

Usar a TV como forma de se atualizar sobre o mundo é um hábito totalmente normal, já faz parte do imaginário brasileiro. Hoje em dia, ligar a televisão e assistir a novela, ou escutar as principais notícias do dia faz parte da rotina do cidadão brasileiro. Segundo dados do IBGE, o número de casas com aparelho de TV chega aos 90%, ficando à frente até do aparelho de geladeira. Isso significa que esses 90% da população tem acesso a mais de 100 canais abertos toda vez que se ligam na telinha, ou seja, não precisam pagar nada para assisti-los.
As emissoras como Globo e Record, por exemplo, são concessões públicas. Tratam-se de uma autorização apresentada pelo Governo Federal às empresas que desejam praticar a transmissão de uma programação via televisão, utilizando o espaço público e seguindo as leis previstas na Constituição.
Segundo o Ministério das Comunicações, o contrato “é celebrado entre a União e o requerente para a exploração dos serviços de Televisão, cuja execução do serviço está vinculada aos termos do edital de concorrência, no qual a entidade foi homologada como vencedora do certame, pelo Presidente da República, através de Decreto Presidencial e teve o ato de outorga deliberado pelo
Congresso Nacional. As propostas técnicas e de preços pela outorga, apresentadas pela entidade são partes integrantes anexadas ao contrato.”A
Lei nº 4.117/62, art. 33, determina que cada concessão dure quinze anos, podendo ser renovado por um período igual. Além disso, de acordo com a assessoria do Ministério das Comunicações, a emissora passa por uma fase experimental de seis meses de transmissão. Para continuar atuando e, depois do término dos primeiros quinze anos, ganhar a renovação do contrato, a empresa deve obedecer algumas regras constitucionais.
Durante a concessão, a emissora deve privilegiar a educação, a cultura nacional e regional no conteúdo da programação. No entanto, com o descumprimento da lei, o governo deve esperar o término da outorga, de quinze anos, para que o Congresso vote o cancelamento do serviço, como prevê a constituição.
O fato interessante em toda essa história é que a Rede Globo completou 40 anos há um tempinho já, mas ainda continua atuando normalmente. Talvez por ser a quarta maior emissora do mundo, com qualidades na edição da programação e em termos de tecnologia. Ou quem sabe por motivos puramente políticos. Os mesmos motivos que impedem os jornalistas da casa de falarem abertamente sobre assuntos contra a política brasileira.
O caso é que a concorrência da emissora não pode recorrer aos tramites legais para derrubar a empresa. A Rede Record, que é mais velha que a globo, também não teria mais o direito de permanecer no ar. Então, a emissora bem que podia achar outro motivo para atingir a líder em audiência. Longe de mim defender um dos dois lados, como comunicadora que sou. Mas acontece que me dá raiva só de assistir as horas que a Record dedica a soltar acusações nas quais ela também se encaixa. Que se defenda, se é que neste caso da igreja universal aí haja defesa, mas se for assim, defenda-se direito, com a verdade. Porque mesmo tendo um monte de gente que caga pra isso, há ouras pessoas que sabem o que acontece por trás de todo esse papo de ‘eu sou a certa’.
Agora que já sabemos que essas famosas redes de televisão ocupam espaços públicos e que devem atender interesses ligados à cidadania para continuar atuando, pergunto: quantas notícias de concessões caçadas já leram? Não devem ter sido muitas. Isso ocorre devido à falta de informação da população, que por muitas vezes não saberem que qualquer pessoa pode acompanhar a validade das concessões das emissoras de televisão pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), acabam não correndo atrás de seus direitos, cobrando uma programação que tratem de interesse público.
O fato interessante em toda essa história é que a Rede Globo completou 40 anos há um tempinho já, mas ainda continua atuando normalmente. Talvez por ser a quarta maior emissora do mundo, com qualidades na edição da programação e em termos de tecnologia. Ou quem sabe por motivos puramente políticos. Os mesmos motivos que impedem os jornalistas da casa de falarem abertamente sobre assuntos contra a política brasileira.
O caso é que a concorrência da emissora não pode recorrer aos tramites legais para derrubar a empresa. A Rede Record, que é mais velha que a globo, também não teria mais o direito de permanecer no ar. Então, a emissora bem que podia achar outro motivo para atingir a líder em audiência. Longe de mim defender um dos dois lados, como comunicadora que sou. Mas acontece que me dá raiva só de assistir as horas que a Record dedica a soltar acusações nas quais ela também se encaixa. Que se defenda, se é que neste caso da igreja universal aí haja defesa, mas se for assim, defenda-se direito, com a verdade. Porque mesmo tendo um monte de gente que caga pra isso, há ouras pessoas que sabem o que acontece por trás de todo esse papo de ‘eu sou a certa’.


quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O ponto é o mesmo, mas a maneira como o vimos pode mudar se por acaso dermos um passo pro lado!