Há pouco tempo, me perguntei porque eu não escrevia mais. Passei meses, quiçá anos, repetindo para o reflexo no espelho: - Aonde deixei minha inspiração? Bom, a resposta não deve ser muito simples, pois essa pergunta nunca teve solução. Às vezes penso ter encontrado resquícios dela, mas me decepciono depois de ler as primeiras linhas de meus últimos textos.
No entanto, mesmo não encontrando a tal inspiração, mesmo não tendo a menor de ideia de onde procurá-la, sinto que sei COMO. Sei como a perdi. Não sei como alcançá-la, mas me recordo do ponto onde a deixei ir embora. Foi entre um amor e outro. Entre risos bobos, lágrimas descontroladas. Soluços compulsivos que tinham nenhuma pretensão de esconder o que o verdadeiro sentimento faz questão de mostrar. A inspiração ficou presa à letras borradas, a músicas que pareciam ter sido compostas por mim, para um momento único e nada mais. Ficou em olhares que não vejo mais, em vozes que a algum tempo se perderam em minha mente. Ficou em trejeitos, gestos, trajetos. Em apelidos, carícias, palavras que algum tempo evito pronunciar. Junto a ela, deixei também pedaços importantes de mim. Meus gostos, desgostos, vontades, saudades. Deixei lembranças, memórias de um tempo bom, que infelizmente já foi.
Tranquei tudo isso em uma caixa pequena, que de propósito deixei sumir. Agora, sinto que preciso encontrá-la, mas não faço ideia de onde posso começar a procurar.
terça-feira, 28 de agosto de 2012
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Marizinha, por isso gosto tanto de vc - mesmo longe! Já senti e sinto o mesmo... Continue buscando pq ela volta! Afinal, perder sua fértil inspiração - no bom sentido -, seria um desperdício de dom. Beijo gigante
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