Já parou para pensar por quantas pessoas você se jogaria na
frente de um carro em movimento? E quantas pessoas fariam isso por você? É tão
bom ter a certeza de que fariam. Mesmo que isso, é claro, nunca aconteça.
Eu passei anos sem ter um irmão de sangue (até que veio o
Fernandinho. Mas, ele é assunto para outro dia). Quando eu era mais nova,
costumava pedir isso como presente de natal, aniversário, dia das crianças...
Mas só fiz isso até perceber que eu sempre tive irmãos. Tive os melhores.
As feições eram diferentes. Olhos verdes; cabelos loiros, ruivos; e a pele mais branca que a
neve. Quando contava, ninguém acreditava. Mas, quem disse que eu ligava?
Nossas brincadeiras eram as melhores. As brigas em frente à
TV, as discussões por conta das novelas infantis. Os shows que montávamos no
quintal, os varais que arrancávamos da varanda.
A briga de uma costuma ser a briga de todas. A raiva dos ex
namorados, a implicância com desafetos que nem são nosso. Ou pelo menos não
eram. A infância é o nosso laço mais forte. Nossos segredos são nossos e de
mais ninguém. Somos cúmplices, primas, irmãs, sócias... Costumo dizer que elas
são metade de mim.
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