Talvez tenha sido um bom momento. Um ou outro tropeço, que
no fim se desmanchavam em gargalhadas. Pode ter sido a conversa mais fácil, as
frases mais compreendidas, os sinais mais nítidos. Pode ser que tenha sido o
sorriso mais bobo, que de um jeito ou de outro ficou marcado pra sempre na memória.
Talvez tenha sido o olhar mais sincero, o abraço mais amigo, os segredos mais importantes.
Metade boa mesmo de coisas ruins. Um ombro, um ouvido e um coração que eu costumava
ouvir toda noite. Pode ser que no fim nada se repita e o gosto da saudade de
alguma forma me faça companhia. Pode ser que o melhor colo, o embalo mais doce,
a mão mais bonita sejam só isso: um bom momento. Um bom momento que passou.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
domingo, 9 de setembro de 2012
"Eu e o tempo"
O tempo
realmente passa. E isso é algo extremamente natural e irrefutável. É fato que
coisas ficam pelo caminho, impedindo a passagem – não há como ir ou voltar.
Daí, no desespero percebemos que voltar no tempo não seria uma má idéia. Basta
um segundo, só para que coloquemos cada detalhe em seu lugar... Mas, gastamos
tempo demais desejando – às vezes até implorando – por algo que nunca irá
acontecer. Perdemos minutos preciosos lembrando de um tempo que não volta mais.
Infelizmente, ainda não inventaram uma Formula mágica de resgatar o passado,
corrigir amores que poderiam ser perfeitos ou nos devolver o que esquecemos lá
atrás.
Perdi alguns anos com essa idéia louca de me entregar a uma
chance que já passou. Sofri durante algum tempo jurando que havia perdido minha
única chance de ser feliz. Para mim, ela poderia ter ficado presa a algum
quarto de hotel ou perdida sozinha em alguma esquina da vida. Se sim, ou se
não... Não importa mais. Já foi! Já era. Não tem mais ninguém lá esperando que
eu me toque de que ir embora soava errado. Pelo contrario. Todo mundo seguiu em
frente enquanto eu buscava uma maneira infalível de corrigir um erra bobo. E
agora é até engraçado pensar quanto tempo eu gastei com isso. Quantas vidas à
toa.
Errar faz parte. E a realidade é que nem sempre temos como
consertar os erros que causamos na nossa própria vida. Mas isso não é mortal.
Pelo menos não se conseguirmos entender que tudo isso é passageiro e já foi.
Ninguém tem apenas uma chance de ser feliz. Isso seria
maldade. Vamos olhar para frente, deixar o passado para trás. Porque o tempo
realmente passa. E ele mais cedo ou mais tarde acaba nos trazendo outra coisa
maravilhosa. Não precisamos atropelar o curso da vida. O vento nos trará algo
novo, que amaremos com a mesma intensidade que amamos no passado. Eu hoje acredito nisso.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Elas...
Já parou para pensar por quantas pessoas você se jogaria na
frente de um carro em movimento? E quantas pessoas fariam isso por você? É tão
bom ter a certeza de que fariam. Mesmo que isso, é claro, nunca aconteça.
Eu passei anos sem ter um irmão de sangue (até que veio o
Fernandinho. Mas, ele é assunto para outro dia). Quando eu era mais nova,
costumava pedir isso como presente de natal, aniversário, dia das crianças...
Mas só fiz isso até perceber que eu sempre tive irmãos. Tive os melhores.
As feições eram diferentes. Olhos verdes; cabelos loiros, ruivos; e a pele mais branca que a
neve. Quando contava, ninguém acreditava. Mas, quem disse que eu ligava?
Nossas brincadeiras eram as melhores. As brigas em frente à
TV, as discussões por conta das novelas infantis. Os shows que montávamos no
quintal, os varais que arrancávamos da varanda.
A briga de uma costuma ser a briga de todas. A raiva dos ex
namorados, a implicância com desafetos que nem são nosso. Ou pelo menos não
eram. A infância é o nosso laço mais forte. Nossos segredos são nossos e de
mais ninguém. Somos cúmplices, primas, irmãs, sócias... Costumo dizer que elas
são metade de mim.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Meu caminho de volta
Há pouco tempo, me perguntei porque eu não escrevia mais. Passei meses, quiçá anos, repetindo para o reflexo no espelho: - Aonde deixei minha inspiração? Bom, a resposta não deve ser muito simples, pois essa pergunta nunca teve solução. Às vezes penso ter encontrado resquícios dela, mas me decepciono depois de ler as primeiras linhas de meus últimos textos.
No entanto, mesmo não encontrando a tal inspiração, mesmo não tendo a menor de ideia de onde procurá-la, sinto que sei COMO. Sei como a perdi. Não sei como alcançá-la, mas me recordo do ponto onde a deixei ir embora. Foi entre um amor e outro. Entre risos bobos, lágrimas descontroladas. Soluços compulsivos que tinham nenhuma pretensão de esconder o que o verdadeiro sentimento faz questão de mostrar. A inspiração ficou presa à letras borradas, a músicas que pareciam ter sido compostas por mim, para um momento único e nada mais. Ficou em olhares que não vejo mais, em vozes que a algum tempo se perderam em minha mente. Ficou em trejeitos, gestos, trajetos. Em apelidos, carícias, palavras que algum tempo evito pronunciar. Junto a ela, deixei também pedaços importantes de mim. Meus gostos, desgostos, vontades, saudades. Deixei lembranças, memórias de um tempo bom, que infelizmente já foi.
Tranquei tudo isso em uma caixa pequena, que de propósito deixei sumir. Agora, sinto que preciso encontrá-la, mas não faço ideia de onde posso começar a procurar.
No entanto, mesmo não encontrando a tal inspiração, mesmo não tendo a menor de ideia de onde procurá-la, sinto que sei COMO. Sei como a perdi. Não sei como alcançá-la, mas me recordo do ponto onde a deixei ir embora. Foi entre um amor e outro. Entre risos bobos, lágrimas descontroladas. Soluços compulsivos que tinham nenhuma pretensão de esconder o que o verdadeiro sentimento faz questão de mostrar. A inspiração ficou presa à letras borradas, a músicas que pareciam ter sido compostas por mim, para um momento único e nada mais. Ficou em olhares que não vejo mais, em vozes que a algum tempo se perderam em minha mente. Ficou em trejeitos, gestos, trajetos. Em apelidos, carícias, palavras que algum tempo evito pronunciar. Junto a ela, deixei também pedaços importantes de mim. Meus gostos, desgostos, vontades, saudades. Deixei lembranças, memórias de um tempo bom, que infelizmente já foi.
Tranquei tudo isso em uma caixa pequena, que de propósito deixei sumir. Agora, sinto que preciso encontrá-la, mas não faço ideia de onde posso começar a procurar.
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Estranhamente, eu...
Engraçada a rapidez com que consigo mudar a maneira de ver o
mundo – o modo como algo tão igual parece diferente a cada dia. Faz anos, faço
tudo igual: acordo, me penteio e saio para o trabalho. Às vezes nem mesmo meus
pensamentos conseguem se diferenciar do dia anterior. Volto no fim do dia com a
mesma sensação de sempre, além de uma vontade imensa de chegar logo, me afundar
na cama, e só levantar no dia seguinte.
No entanto, mesmo com tanta mesmice, mesmo sem nenhuma
novidade, eu consigo enxergar um futuro novo a cada segundo, como se eu tivesse
feito algo capaz de mudar o mundo. Será que sou só eu assim? Será que em algum
canto há alguém que, assim como eu, consegue ver no mesmo reflexo no espelho a imagem
de um amanhã melhor? Ainda não consegui enxergar de que forma isso me afeta –
além, é claro, do fato de não conseguir perceber nenhum plano concreto, que não
se dissolva em um piscar de olhos.
sábado, 2 de junho de 2012
Voltei?
Alguma coisa me paralisou.
Já faz um tempo, não sou mais a
mesma.
Ainda conto histórias, mas só quando elas partem de um fato realmente verídico.
Tenho medo de que seja verdade, mas creio que perdi meu dom de imaginar.
Deixei
em algum canto do caminho a minha ânsia de falar sobre coisas que se escondem dentro
de mim.
Eu escrevia páginas e mais páginas em poucos minutos, com os olhos
fechados. Era como se meus dedos tivessem decorando o espaço, pintando uma tela
em branco. E, quando tudo estava pronto, bastava eu ler no papel uma pessoa que
eu nunca havia conhecido, mas que, de alguma forma, eu conhecia. E tudo aquilo
me fazia tão bem.
Eu era minha terapeuta, meu ombro amigo.
Agora, é como se eu
tivesse me esquecido em algum lugar, onde, por mais que eu procure, não consigo
encontrar.
Eu preciso das palavras como o ser humano precisa de oxigênio, como
o peixe precisa da água.
Eu percebi que gosto mais de mim quando me enxergo através
das linhas tortas desenhada com palavras em um papel qualquer.
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