domingo, 11 de abril de 2010

Eu queria ser poeta

Já que a muito não escrevo versos que se aproveite, lhes deixo em boa companhia. Nada melhor que palavras que expliquem tudo o que sentimos... Ler Manuel Bandeira é se eu conseguisse, enfim, entender tudo o que está dentro de mim lutando para ser explicado! Então:

Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

(Manuel Bandeira)

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