terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

"Por que não eu?"

Não quero assustar ninguém. Talvez minhas palavras desequilibradas sejam mais do que você está preparado para encarar. Não quero mentir, nem, tão pouco, falar a verdade. Criei minha própria zona de proteção, onde eu decido o que entra e sai de dentro de mim. Não quero falar demais, mas tenho medo de calar mais que o necessário. São escolhas que finjo ter me preparado para enfrentar. Um dia a mais ou um dia a menos podem não parecer fazer diferença em um mundo onde tudo parece ser tudo igual. Mas, já faz um tempo, aprendi que cada passo é importante e me leva a algum lugar. Cada segundo um novo aprendizado, nem que seja uma nova maneira de lídar com os erros mais antigos. Não tento acertar em tudo, mas eu queria encontrar a paz que preciso para buscar errar menos. Eu jogo minhas palavras ao vento com a esperança que elas te digam alguma coisa, pois a mim não dizem mais nada. Todo mundo já previu meus blefes e descobriram minhas cartas. Em um jogo onde tudo é jogado fora a toda hora por não se saber jogar. Não existe nenhuma regra nova, além daquelas que nós mesmos decidimos criar. Você escolhe o curso do rio, você decide o que cada um vai levar de você. Seja por omissão ou por coragem de se falar aquilo que ainda nem se tem certeza. A dificuldade está em perceber que Um é sim mais que Dois. Eu queria gritar, mas minha voz não alcançaria nem o outro lado da rua. Eu queria correr, mas minhas pernas me prendem a um mundo que eu não tenho mais paciência pra desvendar. Meus olhos vêem as mesmas coisas de um ano atrás. Por mais que os personagens mudem, a história é a mesma, com trilha sonora e lenço no final das contas. Pensar fica cada vez mais complicado e se torna cada vez mais descartável. Não me peça para voltar atrás e apagar tudo o que eu escutei você contar nas entrelinhas. Seu silêncio me disse tudo o que eu precisava ouvir, mas que eu não podia escutar. Uma coisa boa que toma conta de cada parte do meu corpo e me faz dançar conforme a música, mas quando eu abro os olhos eu vejo que sou a única a ocupar a pista. A gente se engana e se enganando acaba achando a verdade. Mas o que não percebemos é que tudo é muito mais relativo que um simples abraço ou um beijo no rosto.

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