Hoje foi um dia de pensar e repensar certos conceitos. Conheci o Rafael Cortez, jornalista, ator e músico. E enquanto ele falava de si parece que tinha um pouco de mim naquelas falas. Alguém que não sabia muito bem o que queria, que ao mesmo tempo se via em vários lugares, em diversos ambientes. Um distinto do outro, um melhor que o outro. Uma atriz, alguém que se transforma na frente de uma câmera, que se perde em um texto e que se encontra diante de uma platéia. Uma jornalista que vive com a verdade e vê diante de cada fonte uma maneira nova de aprender. Eu escolhi meu caminho. Tracei meus objetivos. Não foi fácil. Não foi do dia pra noite. Para chegar onde estou hoje renunciei muita coisa e aceitei outros milhares delas. O dinheiro que gastei, não achei jogado em qualquer lugar. De família simples, sempre precisamos fazer algum esforço para pagar a mensalidade. 1.100 reais todos os meses, sem atrasos. E uma decisão, que ao ver de alguns, ajuda uma parte da sociedade que não tem acesso à universidade, acaba ferindo os direitos de uma parcela que também não tem tantas condições. Alguns que ralam para pagar a conta em dia, tudo em prol do sonho de se formar. Não acho que todas essas questões sejam invalidas, pelo contrário, nessas horas me pergunto cadê a tão falada democracia. Cadê a tão sonhada liberdade de expressão. Sendo que agora, o que a maioria queria era um jornalista com formação suficientemente boa para dizer a verdade com ética e baseando-se em conceitos vistos e revistos durante anos em uma instituição de nome. Não entendo o porquê de tirar o diploma de uma classe que se prepara. Vejo a pura regressão. Abolir o diploma é abolir o incentivo a educação. Agora o que vejo são milhares de estudantes, recém chegados no curso, abandonando a faculdade e perdendo o dinheiro e o temo que mitos nem tinham. Vejo outros, em situação até pior. Pessoas que estão para se formar, que tinham a garantia de seus direitos até pouco tempo atrás e que agora não sabe o que é pior. Perder anos de dinheiro, abandonando o curso. Ou continuá-lo, sem nenhuma garra ou vontade. O que eu vejo é um totalitarismo e uma falta de senso. Um egoísmo das grandes empresas e daqueles que as mantém. Vejo o resultado do capitalismo e de uma minoria que possui o poder e que o utiliza para amordaçar quem quer falar. Eu tenho a mais pura certeza que a maioria do povo quer e merece jornalistas formados. Na faculdade eu aprendi a ler as pessoas e a escutar a verdade. Aprendi o valor da ética e o poder que temos diante da sociedade. Aprendemos a fazer o bom pelas pessoas e a lutar contra injustiças. Nós enxergamos nosso lugar diante da sociedade. Aprendemos nossas responsabilidades, como formadores de opinião. São anos e anos aprendendo a melhorar o texto e praticando um jornalismo cidadão. E talvez o problema esteja exatamente aí. Talvez o poder não queira um jornalista que pense e que saiba falar quando o mesmo está errado. Talvez o que procurem sejam apenas pessoas para executar ordens. Para isso, não precisa-se de diploma. Eu espero que eles parem para escutar a maioria, ao invés de virar os ouvidos apenas para quem interessa. A sociedade não pode se deixar oprimir pelo poder. E nós, jornalistas, como o quarto poder, estamos aqui para cuidar disso. Aos que preferem um jornalista formado e com experiência de anos em uma UNIVERSIDADE, eis me aqui!
sábado, 20 de junho de 2009
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Arrepiei.
ResponderExcluirÉ isso ai mesmo, eles não querem formadores de opinião, querem operários para ouvir e executar ordens. O pior é que estão usando o discurso de democratização pra isso. O pior é que tá cheio de gente cega acreditando e concordando. O pior é que tem muito estudante "militante" defendendo essa ideia levado por esse discurso. O pior é que vivemos numa sociedade IGNORANTE!