
Hoje acordei cedinho, acordei com sede de vida. E a primeira coisa que pensei foi em ir respirar a brisa fresca do novo dia que começava. Levantei-me bem devagar e caminhei descalça até a janela do meu quarto. Fui abrindo-a com o peito cheio de coragem. Meus olhos quase fechados foram se abrindo em busca de cor, mas ao invés disso uma névoa cinza entrou pela brecha do vidro e meu quarto, que era rosa, ficou sem cor. Meus olhos se encheram de lágrimas e começara a arder, rapidamente fechei a janela. Como sempre, chamei minha mãe, perguntei o que estava acontecendo, o que estavam queimando lá fora. Ela disse que não havia nada, e que ninguém sabia explicar de onde havia saído tanta fumaça, uma fumaça escura que se espalhava por toda a cidade. Resmunguei um pouco, a respiração estava ofegante, então me conformei.
Mas a sede de vida continuou a vontade de ver meu planeta azul respirar ar puro com suas matas verdejantes, suas montanhas de gelo exuberantes, o oceano profundo com todas as suas maravilhas, com mil cores e toda a nossa diversidade.
O meu céu de nuvens de algodão quase não posso mais ver, pois a fumaça o cobriu quase por inteiro. É verdade, uma lágrima rolou mansa e solitária em minha face agora triste. Mas não desisti, eu brigo para que fechem as torneiras em minha casa, apago as luzes nos cômodos que não tem mais ninguém, não jogo lixo nas ruas e muito menos perto de florestas e rios.
Sei que meu pouco é quase nada, mas é semente que vai crescer. Espero com minhas atitudes contagiar minha família, e que cada um deles passe bons hábitos para seus familiares e amigos, que eles aprendam novas maneiras de também melhorar a saúde do nosso planeta.
O que sei é que não quero deixar de acordar com o cantar dos pássaros, não quero deixar de ouvir a singela música das águas correndo pelos rios. Quero poder ir ao litoral, sem temer as ondas do mar. Além disso, ainda não tive minha oportunidade de subir em uma montanha coberta por neve branquinha, e descer em um esqui, ainda acalento esse sonho, guardadinho em um canto secreto de minha alma e pretendo não deixá-lo partir.
Meu planeta azul é tão cheio de esplendor, tão colorido. Não posso se quer cogitar a idéia de que todas essas cores venham a se resumir em um triste tom de cinza. E eu tenho a consciência que para preservar esse colorido planeta, a atitude não pode vir de um nem de poucos. Tem que ser com o pensamento, e atitudes de todos. Todos juntos em uma corrente de amor, pelo amor ao planeta, pelo amor a vida.
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