terça-feira, 23 de abril de 2013

Minha paixão


Já tentei, sem êxito, explicar o que a escrita significa pra mim. Mas qualquer tentativa seria superficial demais para expressar algo que me toma de uma maneira inenarrável. Me arrisco apenas a dizer que as palavras são uma extensão de mim. São a coragem que não tenho, o amor que não vivi, a determinação que às vezes falha. É um espaço contido, onde guardo o mundo, onde aguardo por mim. As palavras são meu segredo, são minha ousadia, minha cara lavada, sem máscaras. É como a canção pro musico, a tela do pintor, o palco pra quem atua. Eu sou o que escrevo, mesmo que mude de idéia na frase seguinte. Sou o oscilar das silabas, o susto da exclamação, a inconstância de uma virgula. É no papel que descubro o melhor e o pior de mim. O que tenho de mais verdadeiro, de mais puro. Então, quando eu te disser algo, vá em frente: duvide. Mas nunca, jamais, questione o que eu falar por meio de minhas palavras borradas em um papel.  

domingo, 21 de abril de 2013

Ele existe, sim


E se mostra a cada pôr do sol, a cada nova manhã. No vento que sopra baixinho acariciando nosso rosto. Na solidariedade do homem que ganha pouco e mesmo assim consegue dividir o que tem. Está no sorriso dos mais necessitados. Na força de quem tem todos os motivos para desabar. Está prece de quem crê, nos olhos de quem O olha, nas mãos de quem ajuda, no abraço de quem acredita. Ele existe, sim!! E prova isso a cada palavra que balbucio, em cada lágrima que derramo e que Ele insiste em limpar. Está nas minhas orações atendidas, nos meus pedidos negados, nas escolhas certas, no caminho tortuoso. Ele existe e, mesmo sem precisar, mesmo sem nos dever nada, Ele prova isso em cada pessoa que leva o Seu nome adiante.  Ele existe mesmo que alguns não acreditem.  

sábado, 20 de abril de 2013

A estranha no ninho


Eu sou assim: meio de lua, um pouco indecisa, às vezes inconseqüente. Não tenho até hoje, aos 23, muita certeza do que vai ser da minha vida daqui a alguns anos. Mas o passar dos dias só deixa mais claro o que nunca daria certo caso eu tentasse. Me incomodo com o fato de ainda não ter nada definido, nenhum plano traçado. Mas meus objetivos, mesmo sendo um pouco confusos, são bem claros. Eu sei que é difícil correr contra a maré: fazer exatamente o contrario ao que os outros ao redor estão fazendo – não dançar a musica que ta tocando, sabe?! De vez em quando penso “já era! O sistema me pegou”, mas daí eu paro, me afogo em meio às coisas que gosto e é como se eu voltasse a respirar tranqüila. Basta ouvir meu ruivo cantar ou olhar durante horas fotografias inspiradoras. Ou é só ler e reler textos de quem escreve com a alma, assistir filmes de quem atua com o coração. É como se a vida toda estivesse ali, sendo “pintada” por eles. Não sonho em ser mais uma a ganhar milhões (ou só muito dinheiro), sentada em uma cadeira, usando roupinha bonitinha e fazendo exatamente o que me mandam fazer. Não sonho com o carro do ano, com um relógio de marca ou com roupas caríssimas no guarda roupa. Quero a felicidade que só a simplicidade de fazer o que amo pode me dar.