Ultimamente, muito se fala em mudar o mundo. Gente
encapuzada tentando acordar um suposto gigante adormecido na terra, lutando por
direitos que realmente se perderam pelo caminho. Não digo que a causa não é
nobre, muito pelo contrario. Acredito mesmo que o mundo gira ao contrario há
muito tempo. Para ser mais precisa, não me lembro de ter vivido em um mundo
limpo como esse que almejamos. Usando bem a sinceridade, eu não acredito, no fundo no fundo, que
essa idéia otimista de mudar o mundo possa ser real. Costumo agir como São Tomé
em casos assim: “só acredito, vendo”. Mas, contudo, no entanto, todavia... Eu
guardo em mim o anseio de um mundo melhor. E, sem querer parecer mais do mesmo,
eu morro de vontade de mudar o
mundo. Diria eu que com técnicas bem menos atuais, com ferramentas bem mais
simples, que conhecemos há alguns milênios e que de alguma forma ficaram
adormecidas ao lado do tal gigante. Eu queria que as mesmas pessoas que
estacionam os carros na esquina de protestos a favor do transporte público
tivessem a vontade de observar o rosto de uma criança que vende balas no sinal
sem nenhum tipo de julgamento. Queria que um olhar sincero, de míseros dois
minutos, fosse capaz de decorar cada traço de um sorriso amarelado quando as
mãos pequenas recebem um pacote de biscoito. Eu queria que percebêssemos quem
senta ao nosso lado no ônibus, quem segura a porta do elevador. Sonho com o dia
em que eu possa rir todos os dias, mesmo de mau humor, dos meninos que dividem
uma bicicleta que ganharam de um vizinho, do garoto descalço que se diverte
contando os pingos da chuva enquanto observa o céu mudar de cor. E eu realmente
queria que todo mundo percebesse o quanto é bom um abraço de mãe, um conselho
de pai, um cafuné da vovó. Todo mundo. E se todo o mundo percebesse a felicidade
em perceber o outro, talvez estivéssemos mais perto de manter o gigante de pé,
ou talvez ele nem precisasse dormir. Observar o próximo e sentir que de algum
jeito a gente pode ajudar acho que é a melhor sensação que Deus nos oferece. E
só temos que perceber isso. Todos nós.
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
terça-feira, 23 de abril de 2013
Minha paixão
Já tentei, sem êxito, explicar o que a escrita significa pra
mim. Mas qualquer tentativa seria superficial demais para expressar algo que me
toma de uma maneira inenarrável. Me arrisco apenas a dizer que as palavras são
uma extensão de mim. São a coragem que não tenho, o amor que não vivi, a determinação
que às vezes falha. É um espaço contido, onde guardo o mundo, onde aguardo por
mim. As palavras são meu segredo, são minha ousadia, minha cara lavada, sem máscaras.
É como a canção pro musico, a tela do pintor, o palco pra quem atua. Eu sou o
que escrevo, mesmo que mude de idéia na frase seguinte. Sou o oscilar das silabas,
o susto da exclamação, a inconstância de uma virgula. É no papel que descubro o
melhor e o pior de mim. O que tenho de mais verdadeiro, de mais puro. Então,
quando eu te disser algo, vá em frente: duvide. Mas nunca, jamais, questione o
que eu falar por meio de minhas palavras borradas em um papel.
domingo, 21 de abril de 2013
Ele existe, sim
E se mostra a cada pôr do sol, a cada nova manhã. No vento
que sopra baixinho acariciando nosso rosto. Na solidariedade do homem que ganha
pouco e mesmo assim consegue dividir o que tem. Está no sorriso dos mais
necessitados. Na força de quem tem todos os motivos para desabar. Está prece de
quem crê, nos olhos de quem O olha, nas mãos de quem ajuda, no abraço de quem
acredita. Ele existe, sim!! E prova isso a cada palavra que balbucio, em cada lágrima
que derramo e que Ele insiste em limpar. Está nas minhas orações atendidas, nos
meus pedidos negados, nas escolhas certas, no caminho tortuoso. Ele existe e,
mesmo sem precisar, mesmo sem nos dever nada, Ele prova isso em cada pessoa que
leva o Seu nome adiante. Ele
existe mesmo que alguns não acreditem.
sábado, 20 de abril de 2013
A estranha no ninho
Eu sou assim: meio de lua, um pouco indecisa, às vezes
inconseqüente. Não tenho até hoje, aos 23, muita certeza do que vai ser da
minha vida daqui a alguns anos. Mas o passar dos dias só deixa mais claro o que
nunca daria certo caso eu tentasse. Me incomodo com o fato de ainda não ter
nada definido, nenhum plano traçado. Mas meus objetivos, mesmo sendo um pouco
confusos, são bem claros. Eu sei que é difícil correr contra a maré: fazer
exatamente o contrario ao que os outros ao redor estão fazendo – não dançar a
musica que ta tocando, sabe?! De vez em quando penso “já era! O sistema me
pegou”, mas daí eu paro, me afogo em meio às coisas que gosto e é como se eu
voltasse a respirar tranqüila. Basta ouvir meu ruivo cantar ou olhar durante
horas fotografias inspiradoras. Ou é só ler e reler textos de quem escreve com
a alma, assistir filmes de quem atua com o coração. É como se a vida toda
estivesse ali, sendo “pintada” por eles. Não sonho em ser mais uma a ganhar
milhões (ou só muito dinheiro), sentada em uma cadeira, usando roupinha
bonitinha e fazendo exatamente o que me mandam fazer. Não sonho com o carro do
ano, com um relógio de marca ou com roupas caríssimas no guarda roupa. Quero a
felicidade que só a simplicidade de fazer o que amo pode me dar.
sábado, 16 de março de 2013
E se era tudo?
Estamos acostumados com pouco. E, ao contrario do que
parece, isso não nos torna uma pessoa melhor. A verdade é que fazemos isso por
motivos errados. Até parece uma atitude solidária, simples, livre de egoísmo e
sentimentos ruins. Mas não! Na maioria das vezes, nos contentamos com pouco por
achar que aquilo ali é tudo o que podemos ter – o máximo. E aí, por medo de
deixar o “Possível” passar e ficar sem nada, a gente não arrisca, se acomoda no
“nem tão bom assim” e vai indo...
Mas até quando?
Será que um dia a ficha cai e a coragem finalmente resolve
dar as caras?!
Ai, meu Deus, que medo.
Que medo de que minhas especulações estejam erradas e eu me
apegue a um desejo de que o “algo mais” realmente exista para sempre. Tomara
que eu não tenha fechado os olhos para o “tudo” achando que ele era pouco
demais.
Fico torcendo para que o perfeito, pelo menos o perfeito
para mim, realmente exista e apareça logo para me fazer feliz.
Tomara que o passado seja realmente só pouco e errado e o
futuro venha infinito de oportunidades.
domingo, 24 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Sou diferente
Não gosto de
pensar em louco, prefiro: diferente! Não sou igual a você ou àquela. Sou eu!
Repleta de dúvidas, manias esquisitas, jeito estranho, mas eu. Nem melhor nem
pior... Tenho minhas paranóias, minha excentricidade – minha essência. Posso
falar alto, rir estranho e começar assuntos que ninguém entende. Falo rápido,
enrolo a língua, choro à toa e quase nunca seguro a boca. Solto o bicho, faço
bico, dou pinta de maluca. Mas só pinta. Sou normal. Ao meu ver, completamente
normal. O anormal para mim é o que não escolhi seguir. Não consigo ser falsa,
fingir que me agrado com coisas ingratas. Não gosto de me misturar com quem tem
facilidade em omitir, mentir, desmentir, fingir... Sou leal ao que eu penso,
mesmo que eu me feche em um mundo só meu. Para falar a verdade, até gosto
quando corro para esse mundo e me tranco lá durante algumas horas. Quieta, sem balbuciar
uma só sílaba – basta mexer a cabeça. E quer saber?! Que delícia ser eu. Como é
bom dormir de consciência tranquila sabendo que apesar de DIFERENTE, sou eu. Se
gostarem, ótimo – eu até prefiro. Odeio quando não sou aceita, mas sei conviver
com isso. O meu jeito não mudou em vinte e quatro anos e não é agora que vai
mudar. Durante esse tempo conheci pessoas maravilhosas que chegaram, ficaram e não
vão embora. Acho que isso prova que eu posso ser eu mesma sem ter que viver
isolada. Isso me assusta sim! Do contrario, não escreveria sobre. Mas o
importante é que eu entendo, eu me aceito, não me julgo. Adoraria se fizesse o
mesmo.
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