Confesso que preferia nem tocar nesse assunto. Mas sabe quando parece que vai explodir? O coração fica apertado, as mãos suando frio e a boca sem um pingo sequer de saliva... Me sinto impotente diante das lágrimas dela. É como se todo o meu tamanho se reduzisse à nada. Uma formiga fica maior que eu. Eu fecho os olhos e posso me sentir indo embora, embora para um lugar que eu não faço idéia de onde seja. Não tem começo, não tem meio, nem ao menos um fim existe. É um lugar onde as coisas meio que somem, os sentidos desaparecem e sua mente se enche de vento. Um verdadeiro vácuo. Mas, mesmo com tudo tão mórbido, eu preferi me esconder aqui. Porque mesmo que não tenha risos descontrolados e gente conversando alto, aqui eu não consigo chorar. Eu até tento, mas as lágrimas parecem se congelar antes de deixarem meus olhos. Eu queria ter mais coragem que medo, queria saber o que fazer e me sentir forte o bastante para ir embora, mas não posso abrir meus olhos, a luz é forte demais e algo parece me puxar de volta pro escuro. Eu já não sei o que fazer com tanta agonia. Ela fica inquieta e eu me desespero, mas não sei o que dizer. Talvez eu feche os olhos por não conseguir vê-la triste. E eu sei que isso é errado. Eu deveria acordar para acordá-la também. Eu não deveria gritar, deveria entende-la, eu sei. Mas a genética não deixa. O que a aborrece acaba me atingindo também. Quando ela fica chata eu fico chata e meia. Quando ela é impaciente, eu deixo a calma de lado. Tenho medo de mim quando tenho medo dela. Mas tudo o que eu queria era ter força suficiente para nos levar para casa, de volta para o lugar seguro. Eu queria colo, mas não consigo enxergá-la daqui. Mesmo sabendo que eu sou tudo o que ela tem, eu me afastei e só agora percebo minha covardia, mas eu não consigo voltar.
sábado, 18 de setembro de 2010
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