sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Inquietação Sentimental

Às 2h30 da madruga costumo nem pensar em nada. Mas hoje foi diferente. Depois de levantar para beber água três vezes, em menos de meia hora, meu corpo implorava por descanso, mas minha cabeça insistia em flutuar.

Eu sei que acreditar no sexo oposto, principalmente nos dias de hoje, não é muito fácil. Ainda mais depois de perceber que eles adoram mentir e não hesitam em te deixar nervosa por qualquer coisa. O mais intrigante (e foi isso que me tirou o sono) é pensar que nós também somos assim, meio egoístas, que adoram ser mimadas. A verdade é que (o calor desses últimos dias pode ter atrapalhado meus neurônios) o ser humano é assim, é egocêntrico mesmo, e adora chamar atenção.

Ninguém vai se prender a algo que não esteja lhe fazendo bem. Mas longe de mim achar que o problema é comigo, afinal o auto-estima é essencial nessas horas. Por isso, preferi criar minha própria teoria para essa minha onda de “solterismo”. Dizem que toda regra tem sua exceção, e me baseei nisso para começar minha pesquisa. Não tem nada a ver com príncipe encantado ou alma Gêmea, isso não existe. O que existe é paciência e disponibilidade para amar. Brega, não? Também achei! Mas é isso. Se estamos em um bom momento, até o seu Madruga pode ser um bom partido. Aí vai de gosto, Ne! Dona Clotilde que o diga. Mas quem garante que ele não tem mesmo suas qualidades? No fundo é de bom humor que toda mulher gosta, e isso ele tem de sobra! Enfim, deixando o galã de lado, o que quero dizer é que, talvez, nós, solteironas de plantão, estejamos fazendo de tudo para não se apaixonar, mas um pouco sem perceber. Dá para entender? A gente começa a colocar defeito até na lente que não ta bem colocada no olho do rapaz. A unha ta grande, o cabelo despenteado demais (no meu caso, arrumado demais). A roupa ta muito certinha e ele parece ser excessivamente educado.

É, um bando de besteira, NE?! Mas quem nunca dispensou alguém por pelo menos um desses “probleminhas”. É, gente... E não adianta dizer que o beijo não era bom, que ele não sabe abraçar direito. Vai ver você nem percebeu que o menino bem que estava tentando quebrar o gelo que você construiu só para afastá-lo. Aí qualquer um perde a cabeça (no caso, a língua). Mas se estamos assim, com a idéia fixa de um amor platônico que não deu certo, isso vai acontecer mesmo. O negócio é deixar o estilo marido de Jolie para lá e abrir os olhos para os sapos que temos mesmo. Afinal, todo mundo tem um lado bom. Ou, pelo menos, quase todo mundo. Não podemos esquecer as tais exceções. Então, como boa menina que é, espere um cortejo de um cara legal e fique atenta aos detalhes. Com o coração aberto, a gente encontra mais rápido um cara que queira se vestir bonito e alugar um cavalo branco!

sábado, 18 de setembro de 2010

Covardia

Confesso que preferia nem tocar nesse assunto. Mas sabe quando parece que vai explodir? O coração fica apertado, as mãos suando frio e a boca sem um pingo sequer de saliva... Me sinto impotente diante das lágrimas dela. É como se todo o meu tamanho se reduzisse à nada. Uma formiga fica maior que eu. Eu fecho os olhos e posso me sentir indo embora, embora para um lugar que eu não faço idéia de onde seja. Não tem começo, não tem meio, nem ao menos um fim existe. É um lugar onde as coisas meio que somem, os sentidos desaparecem e sua mente se enche de vento. Um verdadeiro vácuo. Mas, mesmo com tudo tão mórbido, eu preferi me esconder aqui. Porque mesmo que não tenha risos descontrolados e gente conversando alto, aqui eu não consigo chorar. Eu até tento, mas as lágrimas parecem se congelar antes de deixarem meus olhos. Eu queria ter mais coragem que medo, queria saber o que fazer e me sentir forte o bastante para ir embora, mas não posso abrir meus olhos, a luz é forte demais e algo parece me puxar de volta pro escuro. Eu já não sei o que fazer com tanta agonia. Ela fica inquieta e eu me desespero, mas não sei o que dizer. Talvez eu feche os olhos por não conseguir vê-la triste. E eu sei que isso é errado. Eu deveria acordar para acordá-la também. Eu não deveria gritar, deveria entende-la, eu sei. Mas a genética não deixa. O que a aborrece acaba me atingindo também. Quando ela fica chata eu fico chata e meia. Quando ela é impaciente, eu deixo a calma de lado. Tenho medo de mim quando tenho medo dela. Mas tudo o que eu queria era ter força suficiente para nos levar para casa, de volta para o lugar seguro. Eu queria colo, mas não consigo enxergá-la daqui. Mesmo sabendo que eu sou tudo o que ela tem, eu me afastei e só agora percebo minha covardia, mas eu não consigo voltar.